Um levantamento divulgado neste ano pelo LinkedIn,
mídia social de relacionamento profissional, indica a
criatividade como a capacidade mais buscada pelas
empresas que publicam vagas de emprego por lá. Bom,
e o que isso significa para estudantes, educadores e
gestores de instituições educacionais? De maneira bem
direta, precisamos educar para a criatividade.
Mas há uma contradição aí. A criatividade é uma
característica inata dos seres humanos. Biólogos
renomados mundialmente, como Edward O. Wilson,
encontram na capacidade criativa humana a principal
característica distintiva dos demais seres vivos. E se
estamos falando de algo inato, por que precisamos
educar para a criatividade?
Na verdade, precisamos nos reeducar, especialmente
em ambientes educacionais, ressignificando nossas
memórias culturais e de conhecimento científico
acumulado. Falar de criatividade não é partir do zero,
mas continuar a partir de onde já chegamos.
E o que aconteceu? Ao longo do desenvolvimento da
humanidade, a criatividade foi sendo limitada em nome
da disciplina, regras, métodos, eficiência e performance.
Vejam o paradoxo: todos esses elementos de pesquisa,
controle e predição, que levaram a humanidade a
avançar incrivelmente, também limitaram a nossa
capacidade criativa. Para quem gosta de filosofia, trata-
se de uma questão dialética, ou seja, tem-se aqui um
típico caso de um determinado movimento que carrega
as sementes de sua própria destruição.
Há uma pesquisa intrigante que tem relação com o
tema. Segundo estudo conduzido por Nicholas Bloom,
da Universidade Stanford, e seus colegas, boas ideias
estão ficando mais difíceis de serem encontradas,
apesar do aumento do investimento em pesquisa.
Curioso, não?
Reeducar para a criatividade implica criar espaços,
simbólica e materialmente, que favoreçam a maior
intensidade de processos de comunicação para a
solução de desafios; respostas que sejam desenvolvidas
colaborativamente a partir de diferentes visões de
mundo. Trata-se de viabilizar ambientes que tenham
por forças motrizes quatro dimensões: liberdade,
diversidade, curiosidade e foco.
Cuidado, porém, para não reduzir a criatividade a uma
sala de projetos “bonitinha”. O desafio é tecnológico
(ex.: arquitetônica ou digital), processual (ex.: funil de
inovação) e cultural (ex.: ética). A meta é transformar
todo e qualquer ambiente num espaço de aprendizado,
colaboração e convivência.
Criar espaços simbólica e materialmente significa
desenvolver ambientes que ofereçam liberdade e
segurança para arriscar novos caminhos;
jornadas que são estimuladas
por diferentes
perspectivas de
mundo e métodos
para transformar
sonhos em
ações
concretas
de impacto no
cotidiano
das pessoas.
Inovação na Escola
28 de setembro
8h30 às 17h00
Coordenador: Fabio Josgrilberg, Ph.D.
Contato para participar do evento: Christiane Fernandes
[email protected]
Criatividade como estratégia pedagógica e de gestão
Universidade Metodista – São Bernardo do Campo - SP
apresenta: