Educação - Edição 260 (2019-08)

(Antfer) #1

EDUCAÇÃO BÁSICA


MERCADO POTENTE?
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baixo custo pelos próprios investidores é o da Escola
Mais, fruto da parceria da Bahema Educação, acionis-
ta da Escola da Vila, em São Paulo, da Ágathos Edu-
cacional e da gestora de recursos Mint, com os três
idealizadores da marca, entre eles a pedagoga Mari-
na Castellani. O objetivo dos sócios é investir R$ 25
milhões de início para implantar uma rede a partir da
primeira unidade da Escola Mais,
aberta na Penha, bairro de classe
média da Zona Leste de São Pau-
lo, inicialmente com turmas do
sexto ano fundamental ao médio.
A um custo anual dividido em 12
prestações de R$ 690, a Mais ofe-
rece cursos com laboratórios di-
¢«ã«Üʃã—ÊØ«—Õ؂㫍˅maker, au-
las diárias de inglês e professores
com dedicação exclusiva.
Houve uma intenção na escolha
da Penha para abrigar a primeira
unidade. Apesar de ter um padrão
médio de vida, o bairro abriga
atual mente as escolas particulares
com os piores desempenhos da
zona leste paulistana nas últimas
edições do Exame Nacional do En-
sino Médio, o ENEM. As duas pró-
ximas escolas da futura rede tam-
bém serão instaladas na região. A
meta dos empreendedores é es-
palhar 13 unidades pela cidade de
São Paulo até 2022.
A Kroton, outro peso pesado
do setor educacional, não tem como objetivo estraté-
gico, ao menos por enquanto, investir em um proje-
to amplo de escolas low cost para os ensinos infantil e
fundamental. “À primeira vista, esse pedaço do mer-
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contas, quase 40 milhões de alunos em redes e esco-
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qualquer ponto do mundo. Mas nós ainda não estamos
seguros de que esse deslocamento das escolas públicas
para as privadas irá se consolidar por um longo perío-
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guns grupos estão fazendo”, explica o executivo Mario
Ghio, diretor de marcas importantes do grupo.
Mas se o alvo for reduzido ao ensino médio, o mo-
delo low cost poderá seduzir o executivo da Kroton e
seu time. Eles administram grifes do setor como Fa-
culdades Anhanguera, Pitágoras e o complexo edito-
rial Somos Educação, que atua como fornecedor de
material didático para os 32,1 mil estudantes dos 47
colégios do conglomerado e mais 1,2 milhão de alu-
nos de quatro mil escolas asso-
ciadas. Mostram força também
no ensino superior, com 178
campi universitários espalha-
dos pelo país, num setor em que
87,5% dos alunos estudam em
instituições privadas.
Em primeiro lugar, desta-
ca Ghio, é preciso aguardar a
consolidação do ensino médio
basea da na nova lei para essa
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xibilização da grade curricular
e uma atuação mais direciona-
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seguida a essa etapa, o grupo
Kroton poderá ocupar os espa-
ços de seus campi com ensino
médio low cost nos períodos da
manhã e tarde, hoje ociosos em
grande parte dessas unidades. “A
maioria desses campi é operada
exclusivamente à noite, com os
cursos universitários”, explica o
executivo. “Eles têm todo o po-
tencial para se tornarem espaços
acima da média no desenvolvimento de cursos téc-
nicos profissionalizantes. Pelo caráter universitá-
rio, quase todos eles possuem equipamentos, infra-
estrutura e laboratórios rico de recursos, tudo com
nível bem acima do que é comum achar nos cursos
técnicos profissionalizantes do País. Imagine isso a
serviço do novo ensino médio como definido na lei
legislação aprovada recentemente?”, empolga-se. As
esgrimas no amplo e poderoso mercado low cost pa-
rece estar apenas no início. Se produzirem melhoria
de qualidade na educação e queda de preços, os alu-
nos e as famílias brasileiras ficarão gratos. ʛAʜ

Nem todo o
mercado vê retorno
e segurança
no pesado
investimento
privado necessário
para cobrir
a demanda do
ensino básico
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