Arquivo pessoal
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por sua educação interna, sobretudo a básica, em ações
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jetos, a maioria deles decenais. Nove entre as dezenas
de participantes foram selecionados para assumir com-
promissos mais fortes: Brasil, Bangladesh, China, Egito,
México, Nigéria, Paquistão, Índia e Indonésia.
Por que esses nove países?
Não foram escolhas ao acaso: essas nações concen-
travam metade população e três a cada quatro analfa-
betos do planeta. Ações arrojadas nesses países, com
esforços adicionais de cada um deles, poderiam gerar
resultados expressivos em larga escala. O inexplicável
foi que, quando assumi, não encontrei qualquer refe-
rência ou providência relacionadas aos compromissos
assumidos dois anos antes naquele encontro. A sur-
presa aumentou semanas depois, quando recebi o em-
baixador da China. Ele foi convidar-me a participar de
uma conferência chinesa organizada para avaliar os
progressos parciais do plano decenal chinês de Edu-
cação para Todos, estabelecido exatamente a partir da
conferência mundial na Tailândia. Imagine a situação:
dois anos depois, os chineses se reuniam e convidavam
educadores estrangeiros para avaliar resultados e, en-
quanto isso, no Brasil não havia sequer um ato a res-
peito. E eu só tinha informação porque interessei-me
pelas propostas geradas naquela reunião mesmo antes
de tomar posse.
O senhor participou da conferência chinesa?
Sim, em janeiro de 1993, no meu quarto mês como
ministro. Na volta, minha primeira medida foi montar
um grupo de trabalho para elaborar a minuta do plano
decenal brasileiro. Em 60 dias, conseguimos uma es-
trutura inicial, que foi discutida e finalizada em uma
conferência, em Brasília, com a participação de educa-
dores e instituições ligadas à educação de todo o país.
Chegamos a um plano efetivo no final de 1993. Ao con-
trário do que vemos atualmente, todo o sistema edu-
cacional brasileiro foi convocado para dialogar e, efeti-
vamente, participou. Enviamos um exemplar do plano
Hingel foi ministro da Educação no governo Itamar Franco: “Houve falhas, deixamos coisas importantes
pelo caminho, mas a educação brasileira apresentou avanços inegáveis de 1992 a 2018”