Ensino Superior 37
los entre 2018 e 2019. “Há algumas análises que
apontam que em 2023 o EAD vai ultrapassar o
ensino presencial. Eu acho que a modalidade não
sobrevive até lá com essas mensalidades. Aconte-
ceu uma coisa muito semelhante com os tecnólo-
gos e os sequenciais, que perderam credibilidade”,
acrescenta o economista, que defende a necessida-
de de acabar com a dicotomia entre EAD e presen-
cial para o desenvolvimento do setor.
PERFIL DAS INSTITUIÇÕES
A edição de 2019 do Mapa do Ensino Superior do
Brasil traz um capítulo exclusivo sobre o porte das
instituições privadas. É a primeira vez que a publica-
ção traz essas informações, que são importantes pa-
ra entender as particularidades do setor, composto,
majoritariamente, por instituições de pequeno porte.
Neste grupo, estão classificadas as IES com
até 3 mil matrículas. As de porte médio são aque-
las com 3 mil a 7 mil matrículas; as de porte grande
têm entre 7 mil e 20 mil; e as de porte gigante são as
que possuem mais de 20 mil matrículas.
Entre as 2.152 IES particulares, 1.360 (ou 63%
delas) têm até 3 mil alunos. Esse número vem caindo
(confira nos gráficos) ano a ano, enquanto as de porte
gigante estão subindo. Estas representavam 9,4% do
total em 2010 e hoje têm uma participação de 16,8%.
Justamente porque têm milhares de alunos, são
elas que concentram o maior número de matrículas.
Entre os 6,2 milhões de alunos da rede privada, mais
de 3,4 milhões estão nas IES de porte gigante.
IMPACTO NOS MUNICÍPIOS
Outra exclusividade do Mapa são os dados
que mostram o impacto das instituições priva-
das na economia local.
Nos municípios que possuem apenas IES pri-
vadas que oferecem cursos presenciais, o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
médio é de 0,7218 (considerado alto), enquanto
em municípios sem nenhuma IES presente, a mé-
dia é de 0,6483 (considerado médio), bem próxi-
mo daqueles que possuem apenas IES públicas
(0,6443). Em municípios com IES públicas e pri-
vadas, o IDHM médio é de 0,7349.
De acordo com Rodrigo Capelato, essa discus-
são sobre os impactos sociais e econômicos das IES
pode levar ao questionamento sobre qual fator atua
como causa e qual fator deve ser tratado como con-
sequência. A cidade apresenta indicadores melho-
res em virtude da presença de IES ou as IES estão na
cidade em razão dos seus bons indicadores sociais e
econômicos? Em sua opinião, as duas respostas são
possíveis, mas é evidente a influência de uma insti-
tuição de ensino superior na economia local.
Nas cidades sem IES, a renda média das pes-
soas com ensino superior é de R$ 2 mil, enquanto
que nas localidades com IES privadas ela sobe pa-
ra R$ 2,8 mil, o que obrigatoriamente aumenta a
renda média das pessoas e do PIB do município.
Esses e outros dados estão disponíveis na pu-
blicação, que pode ser acessada gratuitamente por
todos os associados da entidade. (MK)
Renda média (R$) das pessoas com ensino superior:
Municípios
sem IES
Municípios
com apenas
IES públicas
Municípios
com apenas
IES privadas
Municípios com
IES privadas
e públicas
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=aM^`UX Média =aM^`UX
Essa classificação foi
feita pelo Semesp a partir
de pesquisas realizadas
no setor. Não há uma
categorização oficial
amplamente adotada