para Hitler, os judeus estavam por trás de tudo aquilo que
entendia como mau e ameaçador.
DIVISÃO DE PODER
Adolf Hitler dizia que a estrutura administrativa de-
veria pressupor que o “cérebro” estivesse “acima das mul-
tidões”. Os dirigentes políticos teriam conselheiros, mas a
palavra final “será obra de uma só pessoa”, isto é, do próprio
Hitler. Nada mais totalitarista, portanto, que o nazismo.
O PRINCÍPIO DA LUTA
O futuro governante da Alemanha propôs que, para se
viver em paz e, ao mesmo tempo, assegurar a sobrevivência
dos germânicos, era preciso lutar para garantir sua segu-
rança. “Primeiro, devemos lutar”, escreveu ele, “depois, se-
remos o pacifismo”. Na verdade, o “pacifismo” a que se refe-
re é a dominação e a escravização de outros povos – como
aconteceu de fato com os judeus. “Para que uma cultura
superior se desenvolvesse (isto é, os germânicos), foi ne-
cessário que existissem indivíduos de civilização inferior,
pois ninguém, sem eles, poderia substituir o instrumento
técnico sem o qual o progresso é inconcebível”, pregava o
líder nazista.
SUPER-HOMENS
Outro princípio defendido por Adolf Hitler no Mein
Kampf era a “purificação” da nação germânica. Por con-
ta disso, o Estado “declarará impróprio para a reprodução
qualquer um que esteja evidentemente enfermo ou padeça
de incapacidade hereditária”. Em suma: a autoridade nazis-
ta determinaria os aptos ou não para ter filhos, podendo
até mesmo esterilizar os indivíduos que não correspondes-
sem ao padrão determinado.
STATUS DOS GERMÂNICOS
Hitler propunha dividir a população da Alemanha (e
posteriormente da Áustria) em três classes distintas: cida-
dãos do Estado, súditos e estrangeiros. Os últimos não te-
riam qualquer direito a participar da vida cívica. Mas não
bastava ser nascido na Alemanha (nem na Áustria, depois
da anexação desse país, em 1938). Isso determinava sim-
plesmente o status de súdito, o que implicava que a pessoa
nessa condição não podia exercer a função de funcionário
público nem tomar parte na vida política. Para ser cida-
dão, era preciso estar completamente disponível ao Esta-
do. Tratava-se de uma conquista. Depois de ter estuda-
do nas escolas governamentais, deveria-se prestar serviço
militar. E só então, “o jovem saudável e possuidor de uma
folha de serviços irrepreensível será investido com os di-
reitos da cidadania, e o documento que confirma isso de-
verá ser considerado o mais importante de sua existência
nesta terra”.
EDUCAÇÃO
O futuro ditador propunha uma nação de homens
“medianamente educados, mas saudáveis de corpo”. Por
isso, as “escolas do Estado Nacional deveriam dedi-
car mais tempo ao exercício corporal”, especialmente ao
boxe. Para Hitler, “não existe esporte algum que estimu-
le tanto o espírito de ataque quanto este”. Ele queria um
país de soldados.
Publicado em 1925, o livro já tinha vendido mais de
1,5 milhão de exemplares em 1933, e começava a ser editado em
braile. No final da Segunda Guerra, já havia sido traduzido para 16
idiomas e vendido mais de 10 milhões de cópias
AFP