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Defenda o Império Romano!
No século IV, o imperador romano Constantino perdeu o controle da Bretanha, e,
pouco depois, o Império Romano entrou completamente em colapso. É uma pena
que ele não entendesse de programação inteira zero-um. Só o que precisava fazer
era calcular as melhores posições para suas tropas. Quantas legiões deveria ter
mandado à Gália? Ao Egito? A Constantinopla? Hoje sabemos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, ao conduzir as operações militares no Pacífico, o
general MacArthur adotou a estratégia de “saltar de ilha em ilha” — mover as tropas de uma
ilha para a seguinte, mas só quando pudesse deixar para trás um contingente grande o suficiente
para proteger a ilha anterior. Naturalmente, à medida que a linha de frente avançava pelas ilhas
invadidas, ele conseguia retirar as tropas da retaguarda, sem precisar reter grandes
contingentes ao longo de toda a campanha em cada uma das ilhas capturadas.
O imperador romano Constantino se viu diante de um problema semelhante ao alocar suas
tropas no século IV — mas sua tarefa era manter a segurança de todo o Império Romano. Ele
adotou o que parece ter sido o primeiro registro da estratégia utilizada posteriormente por
MacArthur no Pacífico. Em 1997, Charles S. ReVelle (Universidade Johns Hopkins) e Kenneth
E. Rosing aplicaram técnicas matemáticas de “programação inteira zero-um” para estudar o
problema de Constantino e descobrir se ele poderia ter aperfeiçoado sua estratégia. O trabalho
é um belo exemplo — simples e instrutivo — dessa técnica em ação, além de constituir a base
de um jogo muito divertido. Problemas como este — embora normalmente muito mais
complexos — surgem com frequência nos processos comerciais e militares de tomada de
decisões. Uma versão anterior do trabalho foi publicada na Johns Hopkins Magazine, em
1997, e os autores apresentaram uma descrição mais extensa no Isolde 8, o Simpósio