CORREIO
Dei-me conta de que deveria esclarecer melhor a minha observação de que
“praticamente todas as informações que temos sobre essas questões
datam de 1960 ou depois” quando um leitor se queixou — com uma
amargura surpreendente — de que eu havia desconsiderado
desdenhosamente o grande trabalho clássico de Gauss, Lagrange e
outros, desmerecendo assim a herança intelectual do pensamento
ocidental. Quando falei “nessas questões”, referia-me a embalar objetos
em regiões finitas, como num caixote quadrado. O trabalho clássico trata
de embalar objetos no plano infinito; além disso, presume que os objetos
formam um arranjo regular. Os problemas discutidos neste capítulo partem
do pressuposto essencial de que a região tem extensão limitada, e a
colocação dos círculos não precisa seguir nenhuma regularidade.
Diversos matemáticos e físicos me enviaram seus trabalhos de
pesquisa. Um deles, escrito por Kari Nurmela (Universidade de Tecnologia
de Helsinki), discute um problema relacionado, embora sutilmente diferente,
mencionado quase ao final do capítulo: a distribuição de cargas pontuais
num disco de modo a minimizar a energia total (com uma lei de repulsão
quadrática inversa). O artigo está listado nas “Sugestões de leitura”. Ele
cita as melhores configurações conhecidas para qualquer número de
cargas pontuais até 80, inclusive (anteriormente só haviam sido
consideradas as configurações para no máximo 23, 29, 30 e 50). Como
era de se esperar em termos físicos, os pontos se separam
aproximadamente numa série de anéis concêntricos.