Melhor - Gestão de Pessoas - Edição 380 (2019-08)

(Antfer) #1
las são jovens, têm elevado índice de cresci-
mento e são conhecidas por seus modelos dife-
rentes de gestão. Normalmente com negócios
inovadores e voltados à tecnologia, as startups
possuem equipes que transitam entre as gerações X e
Y, o que significa cabeça aberta e diversa. É o que mos-
tra o alto índice de inclusão no número de colaborado-
res LGBTQ+. “Pessoas com diferentes experiências de
vida e visões agregam para a visão da empresa”, explica
Silvana Fernandes, especialista em gestão de pessoas.
“Quando falamos de inclusão, falamos de cultura e de
propósito. E essas são premissas que conduzem, prin-
cipalmente, os modelos de gestão das startups. Con-
tratar pessoas que tenham propósito é uma meta dos
RHs contemporâneos. Então, pessoas com uma causa
de vida mostram muito mais engajamento e motivação
à causa da empresa, seja em metas ou em problemas
cotidianos”, comenta Silvana, que atua na Pontomais,
startup líder em tecnologia para RH.
A própria Pontomais possui atualmente 15,5% do seu
quadro de colaboradores dentro da sigla LGBTQ+, in-
cluindo gestores. “Aqui, independentemente de idade, gê-
nero, nacionalidade, crenças, status social ou orientação
sexual, todos são iguais. O que realmente diferencia al-
guém é a competência. Um bom time é composto de pes-
soas qualificadas e bons resultados, o que não está ligado
aos fatores da vida pessoal de cada um”, reforça Hendrik
Machado, CEO da startup. Para ele, pessoas com histó-
rias diferentes trazem diferentes experiências e pontos de
vista que ajudam o negócio a ser mais completo, mais ro-
busto e com práticas mais humanas e conscientes.
Já a Juno, uma fintech que possui 22% do seu qua-
dro de colaboradores na sigla LGBT+, se destaca

por empregar, inclusive, duas pessoas trans. “Nun-
ca achei que ia encontrar um emprego sendo trans.
Tanto que quando recebi o e-mail do RH fui bem
direto, falando quem eu era e pensando em poupar
tempo de ambas as partes; afinal, há muita empre-
sa que não contrata pessoas trans. O retorno foi tão
positivo que eu até chorei quando li. Eles me rece-
beram de braços abertos e isso fez muita diferença
na minha vida”, conta Adam Tomaz, assistente de
customer experience, que se assumiu trans em 2014
e que recentemente pegou sua nova certidão de nas-
cimento com o nome social.
Outra startup que vem se destacando no mercado
nacional e que possui uma política de contratação in-
clusiva é a Send4. Hoje, ela possui 20% de colabora-
dores que levantam a bandeira da diversidade. “Já na
entrevista fazemos questão de deixar que a pessoa se
sinta confortável para assumir quem ela é. É uma ma-
neira de mostrar que ela é bem-vinda e que essa não é,
nunca foi e nunca será um obstáculo. Muito pelo con-
trário: temos muito orgulho de sermos uma equipe di-
versa”, conta Cristian Trentin, CEO da empresa.
O Fretefy, plataforma de gestão para transporte de
cargas, também possui ambiente favorável para diver-
sidade. “Há quase um ano me mudei para Curitiba,
pois meu namorado é da cidade. Quando fiz a entre-
vista de emprego logo contei isso. No momento, eu
me senti bem à vontade por ter falado e me ajudou a
decidir entre as demais empresas que estavam me en-
trevistando. A cultura da Fretefy é mais cabeça aberta,
startup, ninguém liga para isso. Meu namorado vem
em churrasco da empresa e o clima é ótimo”, conta Lu-
cas Hattori, analista de marketing.

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Elas também dão o exemplo e se destacam por abrirem
portas para público LGBT
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