Melhor - Gestão de Pessoas - Edição 380 (2019-08)

LIVRO

influência de múltiplas culturas nacionais simultanea-

mente. Por exemplo, ele ou ela pode ter uma família de

origem alemã e ter morado no Brasil e, assim, terá uma

cultura nacional mista entre a alemã e a brasileira, ain-

da que uma seja mais predominante que a outra (...).

Os valores e as crenças de cada pessoa são quase inde-

cifráveis, mas é possível observar e qualificar as decisões

que os líderes tomam e suas consequências. As decisões

são bem visíveis e impactantes nas organizações. Em

termos simples, é possível dizer que a origem da cultura

organizacional se dá pela solução de “dilemas” e escolha

de caminhos. São as escolhas feitas, tais como: as pes-

soas podem ter autonomia, ou as pessoas precisam ser

controladas, trabalho duro ou qualidade de vida, seguir

o processo ou ser flexível, e por aí vai...

Ao fazer essas escolhas, estamos criando “a cara e o

jeitão” da empresa, que será único, e que, sem dúvida,

terá “a cara do chefe” que toma essas decisões.

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(...) João de Lima, ex-VP de RH da Gerdau e da Mag-

nesita, descreve [no seu livro Gestão e cultura de resul-

tados: modelo para gerir e liderar pessoas realizadas

e empresas vencedoras, Editora Gente] que “os líderes

são os grandes modeladores da cultura por meio de seu

discurso e de sua prática, com exemplos concretos no

dia a dia e pelo reforço dado àqueles alinhados a ela”.

Da mesma forma, Otto Levy, diretor de operações da

Magnesita, expressa, na mesma obra, muito fortemente

Cada cultura

deve ser criada

e moldada

para ser

“funcional”

para a empresa

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Vários são os fatores e os stakeholders que interfe-
rem, com maior ou menor intensidade, na formação
da cultura organizacional. A figura 2 traz uma síntese
das variadas influências:

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O fundador, sem sombra de dúvida, é a pessoa que in-
dividualmente mais tem impacto na criação da cultura
da organização. Maria Tereza Fleury [em Cultura e poder
nas organizações, em parceria com Rosa Maria Fischer,
Editora Atlas] aponta que “o fundador desempenha um
papel fundamental, pois ao mesmo tempo que detém a
concepção global sobre o projeto da organização, tem o
poder para estruturá-la, desenvolvê-la e tecer elementos
simbólicos consistentes com essa visão”. Já Osmar Ber-
tero lembra que “o fundador escolherá pessoas afins com
seus valores, visão de negócio, ou pelo menos buscará
pessoas moldáveis e adaptáveis ao que julga ser a postura
organizacional conveniente e adequada”. (...)
Acionistas que não são fundadores também podem ter
um impacto significativo na construção ou na mudança
da cultura, particularmente se passarem a ser majoritários
e especialmente em casos de aquisição de empresas. (...)

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Tipicamente, o fundador trará para a sua organiza-
ção sua cultura nacional, aprendida com sua família
e seu país de formação. Pode ocorrer, no entanto, a