Melhor - Gestão de Pessoas - Edição 380 (2019-08)

(Antfer) #1

A partir daí, vocês adotaram


os squads?
Sim, essa postura dos nossos colaboradores foi um
dos pontos primordiais para a implementação desse
novo formato de trabalho com grupos multifuncio-
nais, os squads, em 2017. Para iniciar esse movimen-
to, convidamos o Salim Ismail, um dos fundadores
da Singularity University, para conversar com todos.
Falamos sobre tecnologias exponenciais e conceitos de
crescimento linear versus exponencial.


E por que razão adotar esse modelo?
Decidimos formar os squads para acelerar nosso cres-
cimento, tornando-o sustentável a longo prazo, além de
trazer uma maior diferenciação para ganhar a prefe-
rência de parceiros, emissores, credenciadores, estabe-
lecimentos comerciais e startups. Queríamos desafiar o
nosso modelo operacional, procurar por oportunidades
para um crescimento exponencial, além de potencializar
a utilização das nossas soluções. E foi isso que fizemos.
Os squads mudaram a mentalidade de quem estava mais
acostumado a trabalhar cada um na sua área. Fizemos
com que o time inteiro interagisse nos mesmos moldes
das startups, nos quais profissionais de todos os depar-
tamentos trabalham em conjunto para desenvolver um
produto ou solucionar um problema. É como se novas
startups estivessem sendo gestadas dentro da empresa.


E como é a participação dos


colaboradores? Há algum tipo de


seleção para participar de um squad?
Quase todas as áreas dentro da Visa participam deles.
Hoje, temos casos em que um único grupo de trabalho
reúne conhecimentos e experiências extremamente ri-
cas e das mais diversas áreas, como finanças, vendas,
produtos, comunicação, varejo, RH, risco, marketing,
estratégia, entre outras. Todos podem participar, inde-
pendentemente de área ou nível hierárquico. Vale lem-
brar que, aqui no Brasil, temos aproximadamente 170
funcionários. Quando algum projeto precisa de algo em
específico, recrutamos a pessoa que tem esse conheci-
mento. É importante destacar que, independentemente
de conhecimentos específicos, todos podem contribuir.
Tem sido uma ótima experiência para o desenvolvimen-
to pessoal e profissional de todos, pois saímos da área


de conforto e expertise e buscamos o melhor caminho
para conseguir entregar o projeto. O único requisito é
que as pessoas tenham disponibilidade e comprome-
timento para dedicar parte do seu tempo. O mais im-
portante é que o espírito multidisciplinar da forma de
trabalhar ficou entranhado na empresa. Conseguimos
ter mais agilidade, MVPs (Minimum Viable Products)
sendo lançados e corrigidos mais rapidamente.

Tem algum exemplo de projetos
realizados nesse modelo?
O projeto de implementação da aceitação de paga-
mento por aproximação nas 41 estações do MetrôRio foi
desenvolvido e implementado por um squad que tinha
pessoas de seis áreas diferentes. Além disso, contou com
a participação de várias outras empresas no melhor estilo
da economia colaborativa. Temos exemplos de projetos
que foram ao mercado em seis meses – o que antes demo-
raríamos mais de um ano para validar e conseguir lançar.
Outro Squad de sucesso foi o do Programa Cidades do
Futuro, em 2018. O grupo multifuncional tinha o desafio
de desenvolver ações para aumentar o uso do pagamento
eletrônico em cidades brasileiras onde ainda há predo-
minância do uso do dinheiro em papel. O que começou
em três cidades (Maringá, Belém e Campina Grande) deu
tão certo, que, em quatro meses, o crescimento do uso do
pagamento eletrônico nesses municípios já era 20% supe-
rior ao da média brasileira. Com esse sucesso, em 2019,
reestruturamos o squad e o programa foi expandido para
200 novas cidades.

Que outros benefícios a empresa
ganhou com os squads, além desses
resultados dos projetos?
Foi mudando internamente que conseguimos lan-
çar tantas mudanças externamente. O que ganhamos
com os squads foi a lição de colaboração e teamwork.
Desafiamos o time a ter mais flexibilidade para lidar
com pessoas de experiências diferentes e a aprender
com questões que estão fora da área de expertise. E o
desafio foi aceito. Era isso que queríamos. Hoje, nossa
capacidade de pensar em caminhos e soluções diferen-
tes foi expandida e, com isso, levamos soluções cada
vez mais certeiras para melhorar o negócios dos nos-
sos clientes e facilitar a vida dos consumidores finais.
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