CAPA
Independentemente da resposta, uma coisa é certa:
por mais que a tecnologia avance e traga mais surpresas
e novidades, o lado humano, aquilo que nos diferencia
de todas as outras espécies que habitam este planeta,
fará cada vez mais a diferença. Em especial nas empre-
sas – sim, e fora delas também. Para ressaltar e dar a
devida importância ao humano nas transformações por
que passam a sociedade e as organizações é que o CO-
NARH deste ano tem como tema central o #humanize.
Sejam aplicativos, sistemas, máquinas que conversam
entre si e conosco, por mais que vivenciemos e experi-
mentemos essas novas soluções em nossas vidas, não
podemos nunca nos esquecer de que não é a tecnologia
quem inova. Quem faz isso são as pessoas, como afirma
Nayana Pita, head de RH da Cisco. São os seres huma-
nos que realizam esses avanços, numa constante busca
por soluções para problemas... humanos. “É por isso que
é importante ver a tecnologia como aliada e não como
ameaça. Quando temos a compreensão de que ela é um
parceiro daquilo que estamos tentando alcançar, com
certeza o humano se destaca”, acrescenta.
Em um mundo em que as empresas têm acesso ao
mesmo nível de plataformas tecnológicas, em que a ex-
periência do cliente cresce em importância e na mesma
velocidade que a busca por mais produtividade nas or-
ganizações, o ser humano firma-se como um diferencial.
“E eternamente”, acrescenta o vice-presidente de RH da
Serasa Experian no Brasil e na América Latina, Flavio
Balestrin. “Quanto mais digital for o mundo, mais va-
mos descobrir o valor do analógico”, diz. Esse valor, no
caso, está na interação humana – nas organizações e nos
relacionamentos com os clientes. E aqui surgem algumas
características que devem se sobressair e que garantem
nosso lugar de destaque: empatia, comunicação, e tantas
outras do grupo das chamadas soft skills
“Somente um atendimento humanizado pode estabe-
lecer vínculos importantes numa relação”, afirma Ro-
berto Paolini, diretor corporativo de RH da Usiminas,
ao se referir aos clientes. Para ele, o uso massivo da tec-
nologia no atendimento pode passar uma ideia de pouca
atenção ou de baixa preocupação com eles. Isso remete
a uma frase do comunicólogo alemão Harry Pross, de
que o corpo pede corpo. Ou seja, por mais que a comu-
nicação seja mediada por um equipamento, há sempre a
necessidade da presença de pessoas nesse processo.
“A transformação digital é sobre pessoas!”, resume Luiz
Lobão, professor de estratégia e governança da HSM Edu-
cação Corporativa, ideia compartilhada por José Salibi
Neto, coautor de Gestão do amanhã (veja mais na pág. 64).
Por essa razão, as empresas realmente interessadas em ter
sucesso nessa transformação devem estar abertas à tecno-
logia e à inovação, e também devem ter uma compreensão
sólida das implicações e dos benefícios da tecnologia em
cada função na empresa. “O sucesso dependerá do grau de
liderança que cada funcionário assumirá na responsabili-
dade pelos resultados. Eles devem ser preparados para o
inesperado e não apenas para executar um plano definido.
Em uma era de ruptura, os líderes de negócios e de RH es-
tão sendo pressionados a reescrever as regras de como eles
Fotos: Divulgação organizam, recrutam, desenvolvem, gerenciam e engajam
Nayana, da
Cisco: ver a
tecnologia como
uma aliada e
não como uma
ameaça