Melhor - Gestão de Pessoas - Edição 380 (2019-08)

(Antfer) #1

frame of mind. Foi um ano para realizar uma mudança
na minha mentalidade para encarar os próximos anos.
E o que vemos nas empresas? Vemos executivos que são
devorados pelo dia a dia e que não conseguem fazer essa
transformação neles mesmos. E se eles não conseguem
fazer isso com eles, como vão conseguir transformar a
empresa? É por isso que recomendo que todas as pes-
soas façam um período sabático, de pelo menos uns seis
meses, para se reinventar. Não é para aprender sobre In-
teligência Artificial, nanotecnologia, é para aprender a
pensar de uma nova maneira.


Até porque a tecnologia vai mudando


rapidamente; quando a pessoa aprendeu


tudo, ela está ultrapassada...
Ela muda muito. Segundo a Singularity University,
o conhecimento, hoje, fica velho em seis meses. É pre-
ciso estabelecer uma mentalidade aberta para o apren-
dizado, para o que vem pela frente. Isso significa fazer
coisas novas todos os dias. O problema é que muitas
empresas morrem porque fazem sempre as mesmas
coisas muito bem. Qual será o futuro das emissoras
de televisão? Assistimos a muitos programas que estão
no ar há décadas, se repetindo sempre. Na outra ponta,
vemos serviços como Netflix e Prime Video, da Ama-
zon, com coisas novas... Dá para imaginar qual vai ser
o futuro desse segmento.


Qual o novo código da cultura?
Cada empresa tem o seu estilo, não há um estilo para
todo mundo. No passado, cultura era algo que não
mudava. Ela levava anos para ser moldada e depois
produzia resultados para a empresa por vários anos.
E a última coisa que as empresas “atacavam” em um
processo de mudança era a própria cultura. Só que a
cultura não pode ser mais estática. É preciso que a em-
presa molde as suas habilidades de lideranças, os seus
modelos de negócios – e, hoje, esses modelos são vol-
tados para plataformas tecnológicas. Temos de moldar
a cultura da empresa e a própria educação, a maneira
de aprender. Companhias como a Kodak, e outras que
ficaram pelo caminho, foram engolidas pela própria
cultura que criaram, que funcionaram bem no passa-
do, mas que não mudaram. Nós, no livro O novo có-
digo da cultura, propomos uma nova visão sobre esse
tema, nesse mundo em transformação. Nela, temos
o cliente no centro, o customer centricity, que é uma
evolução do foco no cliente. Isso significa estar co-
nectado com seu cliente 24 horas por dia para fazer as
adequações necessárias. Temos de ter uma cultura de
aprendizado, já que não se pode falar em inovação sem
ela. E é preciso, também, uma cultura de resultados,
porque sem resultado não se chega a lugar nenhum, E
tudo isso dirigido por um grande propósito. Ou seja,
é um mix de culturas que propomos para as empresas
para que possam acompanhar essas mudanças. Hoje,
vemos muitas empresas, as vencedoras, com culturas
similares: Google, Netflix, Amazon, por exemplo.

O que espera do RH daqui para a
frente e o que ele tem de desapegar?
RH tem de deixar para trás o seu próprio compor-
tamento. As primeiras pessoas a fazerem esse sabático
que mencionei são o presidente da empresa e o pro-
fissional de recursos humanos. Porque se o RH não
tiver o mindset adequado para este momento, ele não
vai acompanhar as mudanças. E, na minha opinião
ele está deixando a desejar. É bom a turma acordar,
se reinventar, tirar um tempo, um sabático por exem-
plo. Não adianta falar de reinvenção da empresa se a
reinvenção pessoal não acontecer. O RH vai ser funda-
mental, desde que ele se reinvente. Caso contrário, ele
não vai conseguir fazer mudança alguma.

7EPMFMRS'32%6,


osé Salibi Neto está nesta edição do
CONARH, na palestra Vida ou morte
na Era Exponencial, juntamente com
Sandro Magaldi. Eles vão debater as mudan-
ças que vêm com a 4ª Revolução Industrial
e que demandam novos modelos corporati-
vos, de liderança e de educação, entre outros.
A palestra vai auxiliar o RH para que com-
preenda melhor o momento em que vivemos e
para que a área seja cada vez mais estratégica
ao entender essas complexidades.

J


CAPA ENTREVISTA
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