VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA - EDIÇÃO Nº 21

(MARINA MARINO) #1
As histórias do João

Ricardo Ramos morreu jovem,
com 63 anos de idade. Estivemos
juntos, pela última vez, numa noite
inesquecível, na casa do amigo
comum José Carlos Garbuglio, que
recepcionava, naépoca, umcasalde
professores franceses. Lembro-me
dos dois assuntos da noite: Plano
Collor, que havia nos deixado na
maior pindaíba, e Jacques-Yves
Cousteau( 1910 - 1997 )esuasviagens
de pesquisa, a bordo do poderoso
Calypso.“Aqui naminhacasa– foio
que Garbuglio nos disse – podemos
meteropauemqualquerdesgraçado
deste mundo, vivoou morto,menos
no Cousteau!”. Palavras e risos que
atéhojeecoamnamemóriaafetiva.
Ricardo Ramos já estava
doente.Naquelanoite,ameiagarrafa
de uísque que bebeu lhe fez mal.
Estranhei. Depois, quando a doença
veio,entrouemdepressãoeseisolou.
Calou-se! Nem telefone atendia.
Faleceunodia 20 demarçode 1992.
Juntei os amigos próximos e
imprimimos,naGráficaScortecci,um
pôster com mensagens e a foto que
eleadorava.
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