Capítulo 8
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM
SUPRADESNIVELAMENTO DE SEGMENTO ST
Madson Sousa de Freitas e
Thais Nascimento Helou Bedotti
DEFINIÇÃO
A ruptura ou a erosão da placa aterosclerótica promove ativação inflamatória,
agregação plaquetária, vasoconstrição e trombose da coronária. A oclusão coronariana
por tempo prolongado provoca infarto agudo do miocárdio com supra de ST
(IAMCSST), o que implica necessidade de reperfusão miocárdica de emergência,
diferença fundamental em relação ao manejo de pacientes com síndrome coronariana
aguda sem supra de ST (SCASSST).
EPIDEMIOLOGIA
Doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de morte isolada no mundo.
Todos os anos morrem mais de sete milhões de pessoas vítimas de DAC. Vários
estudos recentes revelaram uma redução da mortalidade após IAMCSST na fase
aguda e em longo prazo. Contudo, a taxa de mortalidade mantém-se ainda elevada.
Cerca de um terço dos pacientes morre nas primeiras 24 h após IAMCSST, sendo
metade na primeira hora por taquiarritmia ventricular.
HISTÓRIA, EXAMES E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
O exame físico é pouco específico e deve focalizar sinais vitais, presença de estase
jugular, estertores crepitantes, terceira bulha, arritmias, sopro mitral, assimetria de
pulsos, sinais de choque e de acidente vascular cerebral (AVC). A avaliação da
gravidade e do prognóstico pode ser feita pelas classificações de Killip & Kimball e de
Forrester (Tabela 8.1) e do escore de TIMI (Tabela 8.2).
A eletrocardiografia deve ser realizada em até 10 min da chegada do paciente. Os
critérios de elevação de segmento ST estão discriminados no Quadro 8.1. Em
pacientes com supra de ST de parede inferior, devem ser obtidas as derivações direitas
e posteriores. Observar a relação entre a localização do supra de ST no