Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

Prasugrel


Recomendado a pacientes com anatomia coronariana conhecida que serão submetidos
à angioplastia, exceto se houver risco elevado de sangramento ou outras
contraindicações (I B). O clopidogrel necessita de conversão hepática a metabólito
ativo e tem ligação irreversível com o receptor, porém atinge efeito mais rapidamente.
A dose de ataque é de 60 mg e a de manutenção, 10 mg/dia. Deve ser suspenso 7
dias antes de procedimentos cirúrgicos. Não deve ser administrado a pacientes com
AVC/AIT prévios, com mais de 75 anos ou com peso inferior a 60 kg. O estudo
TRITON-TIMI 38 avaliou prasugrel versus clopidogrel em pacientes com SCA
submetidos a estratégia invasiva, e o prasugrel apresentou menor taxa de evento
composto primário em 30 dias.


Ticagrelor


Recomendado a todos os pacientes de risco moderado a alto, mesmo os que tenham
iniciado uso de clopidogrel (I B). Ao contrário dos medicamentos apresentados
anteriormente, é o fármaco que tem efeito no receptor (não necessita de conversão) e
tem ligação reversível com ele. Atinge efeito mais rápido que o clopidogrel e do mesmo
modo que o prasugrel.
A dose de ataque é de 180 mg e a de manutenção, 90 mg a cada 12 h. Deve ser
suspenso cinco dias antes de procedimentos cirúrgicos. A dispneia é um efeito colateral
comum (em geral na primeira semana), pode ser transitória ou persistente e grave a
ponto de levar à suspensão do uso. Bradicardia é o segundo efeito colateral mais
comum.
Observação: por falta de estudos, ainda não é seguro utilizar varfarina (quando
indicada) com AAS e com os inibidores do receptor P2Y12, prasugrel e ticagrelor,
devendo-se optar pelo clopidogrel.


Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa


No Brasil, existem dois medicamentos disponíveis: abciximabe e tirofibana.
A associação com antiplaquetários e anticoagulantes deve ser cautelosa, tendo em
vista risco de sangramento e de isquemia (I C). A melhor indicação é a pacientes que
usam dupla antiagregação plaquetária e que apresentam grande quantidade de
trombos durante o cateterismo, além de baixo risco de sangramento (I B).
Tornou-se de uso restrito após ou durante o cateterismo cardíaco (pela maior
quantidade de trombo intracoronariano). O abciximabe deve ser administrado em bolus,
0,25 mg/kg em 10 min. A dose de manutenção é de 0,125 μ/kg/min (máximo: 10 μ/min)
por 12 a 24 h. O tirofibana deve ser administrado em bolus, 0,4 μ/min por 30 min. A
dose de manutenção é de 0,1 μg/kg/min por até 96 h.


ANTICOAGULANTES

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