Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1






Capítulo 9


BRADICARDIAS


Monique Cordeiro Barreto

CARACTERÍSTICAS E AVALIAÇÃO INICIAL


Bradicardia é caracterizada por frequência cardíaca inferior a 60 bpm, porém a maioria
das bradicardias sintomáticas apresenta-se com frequência cardíaca abaixo de 50 bpm.
A redução do débito cardíaco (representado por volume sistólico × frequência
cardíaca) leva ao comprometimento hemodinâmico, que pode repercutir em sintomas
como fraqueza, tontura, lipotimia e síncope.
A avaliação inicial de qualquer paciente com bradicardia sintomática deve estar
focada em garantir oxigenoterapia (se houver desconforto respiratório ou hipoxemia) e
acesso venoso calibroso. Anamnese, exame físico dirigido e eletrocardiografia de 12
derivações devem ser realizados prontamente.
Sinais e sintomas considerados graves:
Alteração do nível de consciência
Dor torácica anginosa
Insuficiência cardíaca e congestão pulmonar
Hipotensão arterial
Síncope.
Embora a atropina seja recomendada como fármaco de primeira linha ao tratamento
da bradicardia sintomática (IIa B), algumas bradicardias tendem a não responder a ele,
principalmente em bloqueios infra-hissianos. Nesses casos, outras intervenções podem
ser usadas, como a infusão intravenosa (IV) de agonistas beta-adrenérgicos (epinefrina
ou dopamina) ou a colocação de marca-passo transcutâneo (IIa B), conforme algoritmo
preconizado pelo ACLS (Advanced Cardiovascular Life Support – Suporte Avançado de
Vida em Cardiologia; Figura 9.1).
O paciente deve ser avaliado sistematicamente, buscando-se e tratando-se causas
reversíveis de bradicardia (drogas, infecção, distúrbios metabólicos, isquemia
miocárdica).


BRADICARDIA SINUSAL

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