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Capítulo 13
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Fábio Lourenço Moraes e
Lívia Marques de Castro
DEFINIÇÃO
O edema agudo de pulmão (EAP) é uma emergência clínica grave e prevalente, sendo
necessárias rápidas identificação e intervenção, pois pode ser acompanhado de
insuficiência respiratória aguda.
Conceitua-se como edema pulmonar (EP) o aumento anormal de líquido nos
compartimentos extravasculares dos pulmões, causando comprometimento das trocas
gasosas. Essa situação ocorre sempre que o movimento de fluidos intravasculares
dirigido para os espaços intersticial e alveolar ultrapassar a capacidade de drenagem
sanguínea e linfática.
O acúmulo de fluido no pulmão resulta em: hipoxemia, complacência pulmonar
diminuída, trabalho respiratório aumentado e relação entre ventilação e perfusão
anormal. O EAP pode estar associado à pressão hidrostática do capilar pulmonar
normal ou elevada, caracterizando dois mecanismos determinantes da fisiopatologia: o
do tratamento e o do prognóstico.
FISIOPATOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO
O EAP pode ser classificado como:
Cardiogênico: o processo pulmonar decorre de mecanismos primariamente ligados
ao aumento da pressão hidrostática capilar em níveis pressores superiores a 25
mmHg, consequentes da falência ventricular esquerda. Entretanto, o extravasamento
de fluidos pode ocorrer com níveis tensionais mais baixos, se houver pressão
oncótica reduzida. Em contraste, pacientes crônicos apresentam pressões superiores
a 30 ou 40 mmHg sem EP associado
Não cardiogênico: decorre de três mecanismos principais – insuficiência linfática,
aumento da permeabilidade do endotélio capilar pulmonar e redução da pressão
oncótica. O aumento da permeabilidade do endotélio capilar pulmonar é secundário à
agressão deste por neutrófilos, macrófagos, complemento sérico, elementos da