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Capítulo 24
DISLIPIDEMIAS
Clarissa Soares da Fonseca Carvalho
INTRODUÇÃO
As dislipidemias (DLP) compreendem um amplo espectro de alterações do
metabolismo de lipídios do organismo. As lipoproteínas permitem a solubilização e o
transporte dos lipídios; são compostas de lipídios e apolipoproteínas (apos). As DLP
representam um dos mais importantes fatores para o desenvolvimento e a progressão
da doença aterosclerótica.
As classes de lipoproteínas podem ser separadas em: ricas em triglicerídios (TG),
representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e pelas lipoproteínas de
densidade muito baixa (VLDL), de origem hepática; e ricas em colesterol, incluindo as
de densidade baixa (LDL) e as de densidade alta (HDL). Existe ainda uma classe de
lipoproteínas de densidade intermediária (IDL) e a lipoproteína (a) [Lp(a)], que resulta
da ligação covalente de uma partícula de LDL à apo A. A função fisiológica da Lp(a)
não é conhecida, mas ela tem sido associada à formação e à progressão da placa
aterosclerótica.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS PARÂMETROS LIPÍDICOS E DAS
APOLIPOPROTEÍNAS
As recomendações para coleta são:
Jejum de 12 h para medida fidedigna de TG e cálculo de LDL (fórmula de
Friedewald)
Colesterol total (CT), HDL, apo B e apo A-I e medida direta da LDL não necessitam
de jejum
Dieta habitual, estado metabólico e peso estáveis por duas semanas
Evitar ingestão de álcool (72 h) e atividade física vigorosa (24 h)
LDL = CT – HDL – TG/5 (equação de Friedwald), não tem precisão para cálculo de
LDL se TG > 400 mg/dℓ, situações em que se preferem métodos diretos de medida
de LDL, determinação de apo B ou cálculo de colesterol não HDL.