Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

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    Critérios maiores
    Cardite
    Artrite
    Coreia
    Eritema marginado
    Nódulos subcutâneos
    Critérios menores
    Febre
    Artralgia
    Aumento dos níveis de VHS, PCR
    Intervalo PR prolongado


VHS: velocidade de hemossedimentação; PCR: proteína C reativa.


Em recorrência de surto, utilizam-se os critérios de Jones revistos pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) em 2004, em que o diagnóstico de FR recorrente em
pacientes sem cardite obedece aos critérios de Jones modificados. Em pacientes com
coreia de Sydenham ou cardite insidiosa (excluindo-se endocardite infecciosa), não é
necessário outro critério maior nem a evidência de estreptococcia.
O diagnóstico das modalidades crônicas de FR é um desafio, pois frequentemente
os critérios de Jones não são úteis e não há evidência de infecção estreptocócica
prévia. Assim, a OMS preconiza critérios diferentes para o diagnóstico nessas
situações, que incluem achado de lesões valvares crônicas (estenose mitral pura, dupla
lesão mitral e doenças de valva aórtica) com características típicas de envolvimento
reumático (p. ex., fusão comissural, folheto posterior fixo de valva mitral ao
ecocardiograma) como suficientes para o diagnóstico.


TRATAMENTO


O tratamento na fase aguda é direcionado para diminuir os sintomas e a atividade
inflamatória. À cardite reumática moderada e grave é indicada corticoterapia
(prednisona 1 a 2 mg/kg/dia ou equivalente, com dose máxima de 80 mg/dia) por 6
semanas, a partir da qual se inicia o desmame progressivo, se houver boa resposta.
Recomenda-se profilaxia para estrongiloidíase (ivermectina) a esses casos. Diuréticos,
inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e/ou digitálicos podem ser
utilizados para manejo de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Betabloqueadores
não devem ser usados, pois caracteristicamente o processo inflamatório em FR

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