Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

geral derivações opostas. São altamente sensíveis como indicador de IAM e vistas em
70% dos IAM inferiores e 30% dos anteriores. Sua presença é particularmente
importante quando há dúvidas quanto ao real significado da elevação de ST. A
ausência de imagem em espelho não exclui o diagnóstico de IAM (Figura 4.2).


LOCALIZAÇÃO


Infarto anterosseptal (V1, V2, V3) é indicador altamente específico de doença em
artéria descendente anterior (ADA) com acometimento da parede anterior do ventrículo
esquerdo (VE). Infarto inferior isolado (DII, DIII, aVF), em geral, é associado à coronária
direita (ACD) ou à artéria circunflexa distal (ACX). A ACX proximal está associada a
padrão de infarto lateral (DI, aVL, V5 e V6). Mais recentemente, tem-se dado
importância à elevação do segmento ST em aVR e V1 associado à depressão do
segmento ST nas demais paredes, sugerindo doença multiarterial ou lesão de tronco
de coronária esquerda, principalmente se houver comprometimento hemodinâmico. O
infarto de ventrículo direito (VD) é pouco observado em um ECG de 12 derivações
usual: pode ser visto em associação com infarto inferior e elevação de ST em V1. As
derivações direitas (V1R a V6R) são mais sensíveis para o diagnóstico de VD,
sobretudo V3R e V4R, derivações que devem ser prontamente realizadas se detectado
IAM inferior. Infarto posterior é visto indiretamente no ECG de 12 derivações quando
ocorre infradesnível do segmento ST de V1 a V3, associado ou não ao IAM inferior. A
isquemia subendocárdica de parede anterior (infra de ST V1-V3) deve ser diferenciada
de IAM com supra (isquemia subepicárdica) de parede posterior, com a realização das
derivações posteriores – V7, V8 e V9, Figura 4.3 e Tabela 4.1), importante informação
para indicação de reperfusão imediata no caso de supra de ST delimitado em parede
posterior.

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