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À ESQUERDA
Entre os apreciadores do com-
positor barroco Johann Sebas-
tian Bach incluía-se Albert
Einstein, que terá dito: “Tenho
isto a dizer sobre as obras de
Bach: ouça, brinque, ame, reve-
rencie e mantenha-se calado.”
EM CIMA
Acredita-se que será este o
esqueleto de Bach, fotografado
em 1895 pelo anatomista Wilhelm
His. Andreas Otte examinou a
mão esquerda, pois faltam mui-
tos ossos na mão direita.
APARENTEMENTE, O GÉNIO musical
tem muitas dimensões. No caso do
compositor Johann Sebastian Bach
(-), um dom anatómico pode
ter ampliado o seu virtuosismo. Num
estudo publicado numa revista cien-
tífica alemã, o anatomista e músico
Andreas Otte deduziu que Bach, um
talentoso organista e cravista, tinha um
alcance excepcional no teclado.
Usando uma foto (à direita) que os
historiadores acreditam ser do esqueleto
de Bach, Otte calculou o tamanho da
mão (cerca de cm do pulso às pontas
dos dedos) e o seu alcance (do polegar
ao último dedo com a mão bem aberta).
Utilizando essas medições, calculou que
Bach poderia tocar a denominada .ª,
em que a mão abarca teclas brancas.
Esse alcance, representado à direita, é
invulgar até na actualidade, em que os
seres humanos são por norma maiores
do que na época de Bach.
“Não podemos avaliar exactamente
quão relevante é o alcance da mão para
a arte de um músico”, diz Andreas, que
pede que a sua pesquisa não seja usada
como forma de condicionamento
do génio musical de Bach: “Isso seria
um sacrilégio.”
A GRANDEZA
MUSICAL DAS
MÃOS DE BACH
CONSEGUE CHEGAR?
Neste diagrama de um
teclado de um fortepiano
do século XVIII, os pon-
tos vermelhos mostram
o alcance que Andreas
Otte diz ter ajudado Bach
a tocar a 12.ª, abrangendo
12 teclas brancas.
FONTE:MARKUSZEPF,ARQUIVODEBACHEMLEIPZIG(TECLASDEPIANO).FOTOGRAFIAS:FINEARTIMAGES/HERITAGE
IMAGES/GETTY IMAGES; BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA SAXÓNIA, DRESDEN (ESQUELETO)