Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

As diferenças do 'companheiro' Alckmin com os discursos do PT


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Política
domingo, 24 de abril de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Reforma trabalhista

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Autor: GUSTAVO SCHMITT


Já aprovado pela direção nacional do PT como pré
candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) trocou
as críticas de outrora por elogios ao mais novo
'companheiro', cujos governos são agora descritos
como 'exemplos de responsabilidade fiscal'. Num
passado recente, no entanto, Alckmin defendeu teses
econômicas que vão de encontro a premissas petistas.
As diferenças se dão principalmente em temas como
privatizações e o tamanho do Estado, Petrobras e a
política de preços de combustíveis.


Nas últimas semanas, Alckmin tem feito gestos para
influenciar o programa de governo de Lula, mas diz a
pessoas próximas que suas pautas não colidem com as
petistas. Ainda que adote cautela e evite entrevistas e
falas públicas que possam ser alvo de setores mais
radicais do PT, os traços liberais de Alckmin nos últimos
anos contrastam com o discurso de Lula e com
documentos da sigla sobre políticas públicas.


Um dos pontos que evidenciam a distância entre o


pensamento de Alckmin e o PT é a política de preços
dos combustíveis no país e a possibilidade de o governo
interferir na Petrobras. Como candidato em 2018,
Alckmin disse ao GLOBO que 'os preços dos derivados
de petróleo no Brasil devem refletir os preços
internacionais'. Na ocasião, o ex tucano defendeu a
venda de refinarias da Petrobras 'para permitir
competição, acabando com o monopólio estatal do
refino'.

O argumento usado por Alckmin à época se opõe ao
discurso atual do PT e de Lula. O ex-presidente tem
atacado a política de paridade internacional, que atrela
o valor da gasolina ao dólar, e defende a retomada das
refinarias para reduzir as importações de gasolina feitas
pelo país. 'Tem que mudar essa política de paridade de
preços, tem que retomar as refinarias e parar de
importar gasolina', disse Lula, em entrevista no mês
passado. O último plano de governo do então candidato
petista a presidente de 2018, Fernando Haddad, adotou
tom semelhante e diz que a política de preços de
combustíveis seria reorientada. 'Essa mudança tem por
objetivo garantir um preço estável e acessível para os
combustíveis', diz o texto do programa de Haddad.

MÁQUINA PÚBLICA

Outro exemplo de discordância na economia é a visão
de que é preciso reduzir o peso e o tamanho da
máquina pública. O plano de governo de Alckmin
registrado na Justiça Eleitoral há quatro anos
mencionava a estratégia de 'privatizar estatais' para
liberar recursos e aumentar a eficiência da economia. A
divergência é explícita se comparada ao Plano de
Reconstrução e Transformação Nacional, apresentado
pela Fundação Perseu Abramo (FPA), ligada ao PT, em
setembro de 2020. Lá, o partido se opõe a privatizações
como medida para conter gastos e 'implantar um estado
mínimo que não funcionou em lugar nenhum'. Em outro
trecho do documento, o PT afirma que é preciso
interromper 'a atual política de desestatizações,
desinvestimentos e privatizações' e indica rever a
privatização da Embraer feita em 1994, considerada
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