Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

Sucesso nestes setores


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia &
Negócios
domingo, 24 de abril de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Celso Ming.


Apesar das enormes deficiências da política econômica,
alguns setores da economia emitem cinais de grande
dinamismo. Entre eles estão o agronegócio, o petróleo,
o minério de ferro e as energias renováveis.


Quanto às trapalhadas do governo, não é preciso muita
demonstração. O ministro Paulo Guedes reconhece
que não consegue emplacar seus projetos. O rombo
das contas públicas só não cresceu mais em
consequência da inflação, que incha os preços sobre os
quais são calculados os impostos e aumenta
artificialmente a arrecadação. O desemprego atinge
cerca de 11% da população ativa... Enfim, não faltam
encrencas.


Mas, assim como o Brasil se tornou referência em
vacinação contra a covid-19, apesar do negacionismo
do presidente, há setores que vão muito bem e
prometem mais.


Em fevereiro, o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos divulgou relatório em que prevê


crescimento de 46% na exportação de soja pelo Brasil,
dos atuais 93 milhões de toneladas para 136, 1 milhões,
na safra de 2031/32. A evolução do uso de tecnologias
deverá aumentara produtividade. E, quando estiverem
disponíveis os novos trechos de malha ferroviária e
rodoviária, o custo do transporte de grãos deve cair.

O petróleo é outro gol de placa. A previsão da EPE é de
que a produção nacional cresça 54% em dez anos, para
5, 17 milhões de barris diários em 2031 (veja o gráfico).
Mas a boa perspectiva corre riscos de se frustrar caso
prevaleçam as pressões políticas sobre a Petrobras.

E há o salto de produção de minério de ferro, em
momento de aumento do consumo de outros metais
produzidos pelo Brasil, como alumínio e níquel, que
serão altamente demandados na transição energética.
O Brasil exportou 357, 3 milhões de toneladas de
minério de ferro em 2021 por US$ 44, 6 bilhões.

Outro destaque é o da produção de energia elétrica
renovável, principalmente de fonte solar e eólica. A
capacidade instalada de energia solar saltou de 1, 1
gigawatt (GW) em 2017 para 15 GW até o momento. E
a eólica, de 13 GW em 2017 para 21, 05

GW. Apenas para dar ideia das proporções, a
capacidade da maior hidrelétrica das Américas, a de
Itaipu, é de 14 GW. Se o governo não atrapalhar, logo
chegará o dia em que o Brasil poderá usar essa energia
para gerar hidrogênio verde, o aguardado combustível
do futuro. Esses exemplos de sucesso correm risco e
certa limitação. O risco é o do olho gordo dos
gastadores que pode matar a vaca leiteira. Bastará para
isso que o excesso de tributação a sufoque. A limitação
está no fato de que o agro, a mineração e a produção
de energia sustentável continuam tendo participação
relativamente baixa no PIB.

FONTE: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA/
INFOGRÁFICO: ESTADÃO

COLUNISTAS
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