Clipping Jornais - Banco Central (2022-04-24)

(Antfer) #1

Empresas europeias lutam contra a falência após sanções à Rússia


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Folhamais
domingo, 24 de abril de 2022
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Autor: Liz Alderman


Os 600 pares de sapatos estavam intocados dentro de
um armazém italiano: sandálias vermelhas, saltos
agulha e sapatilhas douradas que iriam para butiques
russas, estão presos em um limbo de sanções e
convulsões econômicas da guerra da Rússia na
Ucrânia.


Sergio Amaranti, a empresa italiana de calçados
sobrecarregada com a montanha de mercadorias não
pagas, está entre os milhares de companhias europeias
que lutam contra uma reação cada vez mais ampla do
conflito.


'E assustador', afirma Moira Amaranti, que administra a
empresa fundada por seu pai e se utio. Ela diz que
temia que a perda financeira repentina pudesse
desestabilizar a empresa de 47 anos, que sustenta 20
antigos funcionários e suas famílias.


"A Rússia é a metade do nosso negócio", afirma ela. "E
agora temos um problema."


A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que já dura um
mês, está afetando a retomada econômica da Europa
da pandemia de Covid-19, ameaçando sua recuperação
com grande oferta de empregos. Fabricantes e
varejistas que estavam se beneficiando de um
crescimento renovado se adaptam às oscilações
bruscas nas condições de negócios que injetaram novas
incertezas na tomada de decisões econômicas.

As sanções destinadas a punir Moscou pela invasão da
Ucrânia estão afetando as empresas de maneiras
inesperadas, minando a confiança e sua capacidade de
planejamento. Pequenas empresas como a Sergio
Amaranti enfrentam um futuro nebuloso quando as
exportações para um de seus principais mercados
param. Grandes multinacionais que estão se afastando
da Rússia avaliam o risco de confisco de ativos ou
nacionalização.

As repercussões da guerra no aumento dos preços de
energia, alimentos e commodities estão causando
problemas ainda maiores, forçando fabricantes de
turbinas, fábricas de vidro e usinas de zinco a
desacelerar ou pausar a produção. O crescente
congestionamento na logística e nas cadeias de
suprimentos aumentou as pressões inflacionárias,
levando os varejistas a repassar os custos crescentes
aos consumidores e a encontrar suprimentos
alternativos. A inflação anual na Europa atingiu 7,5% no
mês passado, a maior em 40 anos.

À medida que as interrupções pressionam as empresas
europeias e seus trabalhadores, os governos da França,
Espanha e países vizinhos estão revendo as prioridades
de gastos e prometendo enormes subsídios para
compensar os problemas, além das centenas de bilhões
já gastos para mantê-las à tona durante a pandemia.

A Comissão Europeia autorizou as empresas afetadas
por sanções contra a Rússia a receber até 400 mil euros
(R$ 2 milhões) em ajuda estatal. Empresas e
consumidores europeus estão recebendo descontos
governamentais na bomba de gasolina e em suas
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