Aero Magazine - Edição 304 (2019-09)

(Antfer) #1
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Para avançar nas concessões
privadas, que tiveram início no
governo Dilma, foram feitas
muitas concessões trabalhis-
tas: garantias de estabilidade e
vultosos incentivos financeiros
para programas de demissão
incentivada, de transferência de
base ou de aposentadoria.
A Infraero entrou no pro-
grama de concessões com 40
mil funcionários, dos quais 14,1
mil orgânicos. Contrariando o
mais básico manual de gestão,
o quadro de efetivos aumentou
em duas mil pessoas entre 2010
a 2012, ano em que Guarulhos,
Viracopos e Brasília passaram
para o setor privado.
Foi apenas nos últimos três
ou quatro anos que a estatal
conseguiu efetivamente começar
a reduzir os quadros, hoje em 7,9
mil (queda de 44%).

ENXUGAMENTO
O impacto para a União é menor,
pois há ainda 1.500 funcionários
da Infraero cedidos para outros
órgãos, como INSS, Polícia Fe-
deral e ministérios. Hoje a folha
de pagamentos está em R$ 1,8
bilhão. A estatal calcula que se
não houvesse a adequação do efe-
tivo, com demissões e cessão de
empregados, a conta extra anual
seria da ordem de R$ 1 bilhão.
Parte dos recursos pagos
pelos concessionários a título
de outorgas está carimbado
para pagar as indenizações
trabalhistas. Para este ano,
Paes de Barros tem como meta
incluir mais 700 funcionários
no programa de demissões
voluntárias – além de ceder
mais 700 para outros órgãos da
administração pública.

dos aeroportos concedidos fo-
ram parcialmente compensadas
com uma canetada: um repasse
de 35,9% das tarifas aeroportu-
árias, que antes iam para a Ae-
ronáutica. As receitas somaram
R$ 2,8 bilhões no ano passado,
com 53 aeroportos na rede. Em
2010, com 66 aeroportos, era
R$ 3 bilhões.

PRESSÃO SINDICAL
O alto custo para a redução da
folha de pessoal se deve a um
acordo trabalhista firmado antes
das concessões. Em 2010, quando
o então presidente Lula decidiu
conceder os aeroportos à inicia-
tiva privada para fazer frente aos
investimentos necessários para
preparar os aeroportos para a
Copa do Mundo e as Olimpíadas,
enfrentou forte resistência na sua
base de apoio sindical.

CUSTOS TRABALHISTAS
O terceiro pilar é talvez o mais
complexo: equacionar o quadro
funcional e reduzir os custos
trabalhistas. Antes do programa
de concessões, a Infraero até
gerava lucro operacional – mas
não tinha capacidade para fazer
frente à demanda de investimen-
tos para ampliar e modernizar os
66 aeroportos que faziam parte
da rede. As concessões geraram
um enorme descompasso no
caixa da estatal: com a perda de
grandes aeroportos, as receitas
foram embora, mas os custos
com pessoal permaneceram.
Nada menos que 88% dos
funcionários que atuavam nos
10 primeiros aeroportos conce-
didos – lista que inclui Guaru-
lhos, Confins, Galeão e Brasília


  • permaneciam na estatal até



  1. As receitas operacionais


AEROPORTOS
CONCEDIDOS

AEROPORTOS
NA FILA

*Sinop,Rondonópolise AltaFlorestaforamleiloados
noBloco3,masnãointegram a rede Infraero


2011
|
São Gonçalo
do Amarantes
(Natal)

MEADOS
DE 2020
|
Licitação
para venda de
participação
emGRU,BSB,
VCP,BH-
Airport,Galeão

2012
|
Guarulhos,
Brasília e
Viracopos

2013
|
Galeão e
Confins

2017
|
Salvador,
Porto Alegre,
Fortaleza e
Florianópolis

2019
|
Bloco 1: Recife, Maceió,
João Pessoa, Aracaju,
Juazeiro do Norte e
Campina Grande
Bloco 2: Vitória e Macaé
Bloco3*: Cuiabá

OUTUBRO DE 2020
|
Bloco 1: Curitiba, Bacacheri (em Curitiba),
Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville,
Navegantes, Uruguaiana, Bagé e Pelotas.
Bloco 2: Manaus, Tabatinga, Tefé, Porto
Velho,RioBranco,Cruzeiro do Sul e Boa Vista.
Bloco3:Goiânia,Palmas, Teresina, São Luís,
Imperatrize Petrolina.

2021/2022
|
22 aeroportos em três
blocos, sendo um liderado
por Congonhas e outro
pelo Santos Dumont,
talvezincluindoCampo
deMartee Jacarepaguá.
Pampulha

A


S


Airport,Galeão pe at e et o a. apua
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