Aero Magazine - Edição 304 (2019-09)

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MAGAZINE 304 | (^61)
desativação é insustentável até pelos interesses
envolvidos.
O secretário nacional da Aviação Civil do
Ministério da Infraestrutura, o economista
Ronei Saggioro Glanzmann, diz que o objetivo
é privatizar o Campo de Marte em 2021
dentro do bloco encabeçado por Congonhas,
e conciliar os interesses ao estabelecer as exi-
gências ao futuro concessionário. “Boa parte
do PIB brasileiro passa pelo Campo de Marte,
ele é estratégico para a cidade de São Paulo, os
empresários têm necessidade de voar direto
ao centro financeiro do país, mas entendemos
a posição do governo estadual e as questões
urbanísticas”, diz Glanzmann. “Estamos anali-
sando tudo e trabalhamos para compatibilizar
interesses, tendo como referência o London
City. Quem ganha é São Paulo”.
operar as aeronaves hoje estabele-
cidas no Campo de Marte, que está
entre os mais movimentados do país,
conectando centenas de cidades não
servidas pela aviação regular – interli-
gou 529 municípios em 2018 e 1.287
em 2014, antes da crise –, e abriga o
aeroclube de São Paulo, um dos prin-
cipais celeiros de pilotos do país.
Além de estarem longe da capital
paulista, Jundiaí se mostra quase
saturado e Sorocaba tem estrutura
mais voltada para manutenção. Mais
perto, o novo aeroporto Catarina, em
São Roque, também não seria a solu-
ção. “Nosso perfil é de um aeroporto
executivo internacional para grandes
jatos, de longo e ultralongo alcances.
Além disso, não estamos dentro da
cidade”, diz um executivo ligado à
JHS-F, responsável pelo empreendi-
mento, que pediu anonimato. Apesar
de eventuais benefícios que a JHS-F
possa ter, incluindo a exploração
imobiliária do entorno, o executi-
vo concorda que o fechamento do
Campo de Marte está longe de ser a
melhor opção para a cidade.
Na avaliação daqueles que
entendem a interesse imobiliário no
entorno do Campo de Marte, existe
uma solução intermediária, que seria
investir em ferramentas de controle
de tráfego aéreo (Rnav e PBN, por
exemplo) capazes de tornar a rampa
de aproximação mais íngreme, como
acontece em London City. Segundo
a Abag, hoje o Campo de Marte faz
parte do projeto da nova Terminal
São Paulo e terá entrada e saída IFR a
partir de 2020.
Embora a Abear declare que as
atuais companhias aéreas que operam
em Congonhas não têm interesse
pelo Campo de Marte, um executi-
vo desse mercado, próximo a João
Doria, acredita que o aeroporto “seria
perfeito para se fazer uma segunda
ponte aérea Rio-São Paulo com
Jacarepaguá”. Para ele, a proposta de
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