Aventuras na História - Edição 228 (2022-05)

(EriveltonMoraes) #1
um documento alquímico mostrasse, por exem-
plo, um leão verde mordendo o sol dentro de um
castanheiro oco, queria dizer que houve uma re-
ação entre o sulfato ferroso e o ouro dentro do
forno. Outras figuras tarimbadas nas obras de
alquimia são o ouroboros (serpente que morde o
próprio rabo e simboliza a unidade da matéria), a
salamandra (símbolo do fogo), o lobo (do antimô-
nio) e o homem e a mulher (ou rei e rainha, repre-
sentando a união do enxofre com o mercúrio).

ALQUIMISTAS RELIGIOSOS
Embora a alquimia não fosse bem-vista pela Igre-
ja Católica, uma vez que entraram em contato com
ela, vários religiosos viraram alquimistas. Um
deles foi São Tomás de Aquino (1225-1274), ita-
liano que chegou até a dizer que produziu um
“ouro puríssimo” a partir de enxofre e cobre (his-
tória, claro, nunca comprovada). Outro religioso,
o monge Roger Bacon (1214-1294), foi exemplo de
uma ambiguidade comum na alquimia: a mistu-

ra de ideias fantásticas com pensamento científi-
co. Ele previu a existência de barcos a vapor, sub-
marinos e até aviões, antecedendo algumas ideias
de Leonardo da Vinci em 200 anos. Mas Bacon
também se envolveu com a alquimia a ponto de
declarar que havia criado um homem mecânico,
com a cabeça de latão. O monge disse que, certa
noite, enquanto dormia, o boneco começou a
falar com ele e, em seguida, se despedaçou no
chão. Um dos maiores nomes da alquimia foi o
suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombast
von Hohenheim (1493-1541), ou apenas Paracelso


  • “maior do que Celso”, em referência ao famoso
    médico romano do século 1. Como bem se vê, a
    modéstia não era seu forte. Polêmico e beberrão,
    ele falava que a alquimia deveria se preocupar em
    produzir remédios e esquecer a história da trans-
    mutação do ouro. Paracelso defendia o uso de
    substâncias tóxicas, como o mercúrio e o arsêni-
    co, para a cura de praticamente todas as doenças
    e dizia que veneno se combatia com veneno.


A lua símboliza
a prata

O sol simboliza
o ouro

O triângulo é o
símbolo do enxofre.
Para os alquimistas,
a origem do enxofre
era o ouro de
alta pureza. Ele
representa o sexo
masculino

O mercúrio, que
para os filósofos
surge da prata,
representa o
sexo feminino As duas cobras no
bastão de Hermes
representam a união
conjugal, ou seja, o
casamento químico
que simboliza a pedra
filosofal – e do qual
“nasce” o ouro

Os quatro
componentes antigos
dos elementos estão
presentes no desenho:
fogo, ar, água e terra
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