Claudia - Edição 696 (2019-09)

(Antfer) #1

Capa


Edição de moda

Fabio Ishimoto (OD MGT) •

Styling

Andréia Matos


  • Beleza


Mario Marques (Capa MGT)

-^ Assistentes de fotografia


Pedro Pradella e Ton Santana


  • Assistente de beleza


Julia Boeno


  • Tratamento de imagens


WM Fusion •

Na abertura,

blusa e saia, Lez a Lez; sandálias, Jorge Bischoff; brincos e anéis, H. Stern •

Na página ao lado,

blusa, Luiva; calça, Emilio Pucci; brincos, H. Stern

Q


uem faz uma pesquisa
rápida com o nome da
pernambucana Cami-
la Coutinho, 31 anos, é
imediatamente bom-
bardeado com uma infi-
nidade de imagens. Ca-
mila na praia, Camila
no quarto de hotel, Ca-
mila no avião, Camila
na festa de Ano-Novo.
O espaço para a bio-
grafia no perfil do Ins-
tagram, onde soma
mais de 2 milhões de seguidores, não dá conta de
entregar os mínimos detalhes da carreira como in-
fluenciadora digital, que ainda gera tanta curiosi-
dade e encantamento. Aliás, às vezes, nem sana a
dúvida de quem ainda não entendeu que se trata de
um caminho profissional possível.
O fato é que, se assim podemos chamar, é porque
a recifense capitaneou a revolução digital, especial-
mente relacionada ao mercado da moda, na última
década. Há 13 anos, quando o Orkut ainda era um
ponto de encontro virtual, ela criou um blog na ca-
lada da noite para trocar figurinhas com as amigas
sobre celebridades. O Garotas Estúpidas era um
endereço acessado só pelos mais chegados e lugar
seguro para comentários entre amigas. O próprio
nome escolhido foi uma ironia para combinar com
os assuntos despretensiosos que apareceriam por ali.
Tudo completamente sem amarras e, talvez por isso,
muito divertido. “Não tinha a intenção de ganhar di-
nheiro, ficar famosa”, conta.
Encontrava as notícias em sites de famosos, adap-
tava para sua linguagem e criava as imagens. Relem-
brou umas aulas que teve sobre edição de foto e se
jogou nos programas específicos para ilustrar as pos-
tagens. Depois de pronto, mandava mensagem via
SMS avisando as amigas e pedindo comentários. Os
visitantes desconhecidos, que caíam por lá sem querer,
foram chegando depois e bem aos poucos. Camila
passou até a dedicar um tempo divulgando os links
em comunidades virtuais.
Pouco mais de um ano criando e publicando fre-
quentemente, percebeu que a estabilidade da audiên-

cia poderia significar alguma coisa. O primeiro inves-
timento, módicos 450 reais, aconteceu por incentivo
do pai, o empresário Marcelo Valença, que se animou
quando ela contou que estava com um número baca-
na de leitores. “Em casa, ninguém me achava louca.
Sempre fui incentivada a fazer o que tinha vontade,
nunca desencorajada. A autoestima construída desde
que eu era criança me deu liberdade para apostar nas
minhas ideias”, relembra. Então, lá foi ela comprar o
www personalizado, encomendar logotipo, usado até
2014, e identidade visual.
Mais ou menos na mesma época, chegou o con-
vite para fazer o primeiro #publi, conteúdo patro-
cinado por outra empresa. A oferta em questão era
para divulgar um curso de moda por um orçamen-
to de pouco mais que dois dígitos. Camila seguiu
o instinto: “Eu falaria sobre isso mesmo sem rece-
ber?”. Então topou.
“Não tinha cartilha para me espelhar. Agi mui-
to intuitivamente. Pensava comigo: ‘Olha, isso está
certo, isso não está’. Quando fui montar a minha
primeira tabela de valores, recorri a um amigo,
dono de uma agência de publicidade, que me deu
uma ajuda”, conta. Esses primeiros passos para
profissionalizar o hobby acabaram construin-
do também o esquema de trabalho na internet. A
maneira de apresentar resultados e quanto cobrar
pelo espaço de divulgação, questões cotidianas em

Em casa, sempre fui
incentivada, nunca
desencorajada.
A autoestima
construída desde que
eu era criança me
deu liberdade para
ser quem sou
e para apostar nas
minhas ideias

58 claudia.com.br setembro 2019

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