Claudia - Edição 696 (2019-09)

(Antfer) #1

claudia.com.br setembro 2019 79


PORNÔ LITERÁRIO
A literatura erótica ganhou fôlego com best-sellers que tiraram o
gênero de prateleiras escondidas nas livrarias, vários escritos por
mulheres. “A emancipação feminina também se tornou tema das
histórias”, diz Lani Queiroz, autora de séries como Rock ’n Rio.
Parte dessas escritoras vem transformando linguagem e
narrativas. “Sentia falta de ler diálogos mais casuais em que a
mulher não estivesse sempre disponível”, afirma a maranhense
Seane Melo, que recentemente publicou Digo Te Amo para Todos
Que Me Fodem Bem (Quintal Edições). Com base em casos de
mulheres comuns, jovens como ela, conta os episódios de
Vanessa, com cenários e vocabulário cotidianos “sem-vergonha”.
Outras histórias são publicadas na plataforma online Medium
(leia um conto inédito de Seane no site de CLAUDIA).

OFICINAS DE ORGASMOS
Já que autoconhecimento é (quase) tudo para aumentar a
autoconfiança e ter orgasmos mais intensos, há workshops que
ensinam a exercitá-lo. Criada em 2017 por Mariana Stock, que
até então levava uma carreira corporativa, a Casa Prazerela, em
São Paulo, promove encontros para despertar a “potência
orgástica”, também em versão online. “Discutimos o prazer com
embasamentos científicos para romper inibições”, explica
Mariana. Há ainda terapias focadas em prazer e, para atender os
homens, surgiu um negócio parceiro, o Prazerele. Digital, o curso
Jardim das Delícias, da terapeuta sexual Lua Menezes, que
atualmente mora na Nova Zelândia, traz um roteiro para explorar
o próprio corpo e incentivar o toque. “Temos tanto a descobrir,
mas podemos começar aos poucos”, diz Lua.


SEX SHOP DO FUTURO
Incomodadas com a falta de produtos eróticos que atendessem
aos seus desejos, Heloisa Etelvina e a Izabela Starling resolveram
criar a marca Pantynova, que vende online. O foco são os dildos
(brinquedo para penetração), desenvolvidos por elas próprias
com material translúcido, e strap-ons (suporte para vestir os
dildos a dois), feitos para usar como calcinhas, mas elas também
selecionam vibradores. Todos são testados por “especialistas em
ppk”, como descrevem. “A ideia é serem lúdicos, e não imitarem
genitais”, explica Heloisa. Além disso, publicam contos e um
podcast erótico. Mulheres jovens são as principais clientes, mas
há homens que compram os strap-ons para usar com as
namoradas. “Isso é ótimo, porque é preciso desvincular práticas
sexuais de gênero e orientação sexual”, diz Izabela.

SABER COMPARTILHADO
A plataforma OMGYes mapeou as diversas formas de
as mulheres sentirem prazer ao se tocar. Os resultados renderam
uma primeira temporada, com 62 vídeos, disponíveis com
legendas em português, em que mulheres ensinam técnicas
com foco na região visível do clitóris. A ênfase se deu após
a pesquisa constatar que apenas 18% das entrevistadas eram
capazes de ter orgasmos nas relações sem estímulo na área ante
74% que conseguiam com esse recurso. “Quando uma mulher
descobre o que funciona e compartilha, outras acessam esse
conhecimento”, conta a gerente de pesquisa da OMGYes, a
americana Naomi Sorbet. A segunda temporada, sobre
penetração, terá conteúdo em português neste ano. O
pagamento é único para acessar todos os vídeos.
Free download pdf