Claudia - Edição 696 (2019-09)

(Antfer) #1

80 claudia.com.br setembro 2019


Especial Sexo


m uma receita culinária, a falta de um in-
grediente compromete o resultado e pode
levar ao fracasso. Equação semelhante se
dá quando uma pessoa está feliz profissio-
nalmente, tem um parceiro bacana ao seu
lado, mas não conta com uma vida sexual prazerosa e,
por isso, se sente insatisfeita. Afinal, não se trata de um
componente menor – ele tem tanta importância quanto
os demais. E nem sempre o problema está na relação
com o outro ou com a autoestima. Não se sinta mal,
portanto, se faz tempo que você não consegue sentir
tesão ou chegar ao orgasmo. Muitas vezes, doenças e
mudanças hormonais que, a princípio, parecem banais
atrapalham profundamente a vida sexual. A candidíase,
infecção causada por um fungo que habita a vagina,
por exemplo, atinge 50% das mulheres em algum mo-
mento, segundo estudo da Universidade de Michigan,
nos Estados Unidos. A mesma porcentagem se aplica à
infecção urinária, de acordo com a Associação Euro-
peia de Urologia. Hábitos insuspeitos, o uso indevido
de medicamentos e até alguns tecidos e tipos de roupa
podem piorar a situação e roubar horas de prazer. Além
disso, mudanças hormonais e outros distúrbios relacio-
nados ao envelhecimento impactam a saúde sexual e o
comportamento das mulheres. Mas não desanime! A
seguir, especialistas explicam o que se deve fazer para
prevenir e combater esses inimigos do prazer.

E


HOR A H


DOR NA


Coceira, falta de lubrificação e queda na libido são algumas das
consequências de doenças e mudanças hormonais que interferem
na vida sexual. Tratá-las significa ter mais prazer e satisfação

TEXTO MAURÍCIO BRUM E SÍLVIA LISBOA ILUSTRAÇÕES ELISA RIEMER
COLABORARAM JUAN ORTIZ E STÉFANI FONTANIVE

CANDIDÍASE, O FUNGO DA ARDÊNCIA
Essa infecção acontece quando o fungo Candida albicans
se prolifera na vagina. Os sintomas são coceira, ardência,
corrimento vaginal que lembra leite talhado e, o pior,
fortes dores durante a penetração. Apesar de os incô-
modos estarem relacionados ao sexo, a candidíase não é
classificada como doença sexualmente transmissível pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) – ou seja não é
transmitida ao parceiro. “Esse fungo já existe no nosso
organismo; é o mesmo que provoca o sapinho (n a l í n g u a)”,
explica a ginecologista Cláudia Jacyntho, professora da
Faculdade Souza Marques, no Rio de Janeiro.
Portanto, a prevenção requer mais cuidados pessoais
rotineiros do que aqueles tomados durante o sexo. Quando
a infecção é considerada recorrente, ou seja, manifesta-
se mais de quatro vezes ao ano, é preciso ficar atenta às
peças de vestuário do dia a dia. Deve-se evitar calças
jeans muito justas, calcinhas apertadas e fio-dental. Da
mesma forma, não se recomenda ficar com as roupas da
academia por muito tempo após o exercício. “Tecidos
grossos, com poucos poros, dificultam as trocas de ar
com o meio ambiente e provocam um efeito estufa. Eles
abafam e fazem o corpo suar, criando assim as condições
ideais para o desenvolvimento dos fungos”, alerta Cláudia.
O uso frequente de corticoides ou antibióticos – au-
toadministrados ou receitados erroneamente – também
pode favorecer infecções. “A Candida é oportunista. Se
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