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,
o manifesto:
- Nós comemos
- Nós bebemos
- Nós cozinhamos
- Nós viajamos (para comer)
- Nós conversamos (também sobre comida)
- Nós acreditamos que comer é uma das grandes
maravilhas da vida – e viva a boa mesa!
= EDITORIAL =
AO FALAR DA 22ª EDIÇÃO DO FESTIVAL Cultura e Gastronomia de
Tiradendentes num telejornal da TV Globo, a répórter, empolgadíssima
com o que via (e comia!) anunciava, cheia de gosto, as delícias da
“alta gastronomia” espalhadas pela festa.
De fato, um dos grandes acontecimentos gastronômicos do país traz
gostosuras de toda a sorte, de cozinheiros de respeito, selecionados a dedo
para estarem ali. É preciso, no entanto, ter cuidado com o uso do termo
“alta gastronomia”. Ele nasce do francês haute cuisine, criado para indicar
a comida feita com um rigor técnico inigualável, com o objetivo de ser
absolutamente perfeita em cada detalhe, do corte ao ponto de cocção de cada
alimento (para citar apenas dois exemplos). Não importa se autoral ou não.
Aqui, o objetivo desta carta com um certo ar professoral não é chatear o
leitor ou incentivar um esnobismo, mas diferenciar as escolas gastronômicas
(não há demérito nenhum em não fazer alta gastronomia, vale dizer), num
momento no qual temos cada vez mais interesse pelo tema. Hoje, veja só,
chegamos ao ponto de discutir o tipo de lúpulo usado nas cervejas!
No jornalismo de entretenimento, o caso de Sabor.club, costuma-se
dizer que, além de apresentar uma curiosidade aqui ou ali, assim como
informações relevantes ao mundo em que está inserido, o conteúdo
deve dar ao leitor a oportunidade de, sim, aprender algo novo no
seu universo de interesse.
Longe da perfeição que a alta gastronomia exige, fazemos isso em
cada pauta pensada, em cada reportagem apurada, em cada texto escrito.
Sem perder a graça, o tempero. No final das contas, quem come bem sabe,
acima da perfeição, está o gosto. E a responsabilidade e compromisso
com os quais chegamos a ele.
Robert Halfoun e Christian Burgos