Putin adverte líder da Finlândia que adesão à Otan é 'um erro'
Banco Central do BrasilJornal O Globo/Nacional - Mundo
domingo, 15 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da EconomiaClique aqui para abrir a imagemO presidente russo, Vladimir Putin, advertiu ontem o
presidente finlandês, Sauli Ni-inisto, que abandonar a
neutralidade e aderir à Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan, aliança militar liderada pelos
EUA), medida que correspondería a uma mudança de
posição histórica, é um erro que pode prejudicar as
relações entre os dois países.
Os dois conversaram por telefone dois dias após a
Finlândia oficializar a intenção de entrar na aliança. O
Kremlin descreveu a decisão como uma ameaça de
segurança que demandará respostas.
Na primeira retaliação, a Rússia parou de fornecer
ontem eletricidade ao país. A Finlândia, porém, informou
que a Rússia só envia uma pequena porcentagem da
energia do país, que pode ser substituída por fontes
alternativas.
Como a Rússia e a Finlândia compartilham uma
fronteira de 1.300 km, a entrada de Helsinque na
organização ocidental mais que dobrará a fronteira entre
a Otan e a Rússia, com os soldados da aliança a
algumas horas de carro da periferia norte de São
Petersburgo.Segundo o porta-voz finlandês, Niinisto disse a Putin
'que as demandas russas contra adesão dos países à
Otan e a invasão da Ucrânia alteraram o ambiente de
segurança da Finlândia', afirmando, porém, que a
Finlândia quer manter relações de 'maneira correta e
profissional' com Moscou.Em resposta, Putin 'reforçou que abandonar a política
tradicional de neutralidade militar seria um erro, uma
vez que não há ameaças à segurança da Finlândia. Tal
mudança na política externa do país pode ter um
impacto negativo nas relações russo-finlandesas',
afirmou o Kremlin.A Suécia também indicou que uma adesão à Otan seria
benéfica para o país. A candidatura de adesão da
Finlândia deve ser oficializada hoje.GUERRA HÍBRIDA TOTALTambém ontem, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse
que Moscou era alvo de uma 'guerra híbrida total' do
Ocidente, mas que resistirá às sanções por meio de
parcerias mais profundas com a China, índia, Egito,
Argélia e nações do Golfo, da África e América Latina.- O Ocidente coletivamente declarou uma guerra híbrida
total contra nós, e é difícil prever por quanto tempo tudo
isso vai durar, mas é claro que as consequências serão
sentidas por todos, sem exceção -disse em um discurso
para marcar o 80Q dia desde a invasão da Ucrânia pela
Rússia.
As sanções contra as principais companhias russas,
bancos e elite política foram impostas para punir o país
por uma guerra que deixou milhares de mortos, forçou o
deslocamento de milhões, desequilibrou os mercados
de energia e exacerbou uma crise alimentar global ao
aumentar o preço dos grãos, óleos de cozinha e
fertilizantes.