Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1

Indústria da moda puxa fio da sustentabilidade


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Economia
domingo, 15 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Blockchain

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Autor: RAPHAELA RIBAS* E GLAUCE CAVALCANTI
economia&oglobo. com. br RIO, BLUMENAU E
JARAGUÁ DO SUL (SC)


Além de um caminhão de lixo de roupas queimadas ou
despejadas em lixões a cada segundo, segundo calcula
a Ellen MacArthur Foundation - que atua em prol da
economia circular -, a indústria têxtil produz resíduos
que podem levar mais de dois séculos para se
decomporem no ambiente. A pressão crescente de
investidores, consumidores e reguladores empurra o
setor para iniciativas capazes de reduzir o impacto
ambiental provocado pelo fast fashion, que estimula o
consumo desenfreado de peças de vestuário quase
descartáveis, e dita tendência também entre varejistas.


Hoje, menos de 1% das roupas usadas é utilizado na
produção de novas. Para se tornar mais sustentável, a
cadeia da moda investe em novas tecnologias -de
corantes naturais à reciclagem de fios, passando pela
redução do uso de água.


A catarinense Malwee chegou a uma fórmula que
combina fios fabricados a partir de resíduos de


produção e de roupas usadas, além de outros materiais
reciclados, para produzir um moletom dupla-face,
inicialmente de cor cinza. Para reforçar o
posicionamento anti-fast fashion, os 1. 500 blusões com
capuz da - poderão ser levados para casa por quem
entregar cinco peças usadas na instalação que a marca
vai dispor na Avenida Paulista, em São Paulo, na
próxima terça. Uma pilha de três metros de altura de
roupas usadas fará referência às montanhas de
descartes têxteis em lixões do Deserto do Atacama, no
Chile. A região ganhou evidência por receber 40 mil
toneladas de peças usadas ou não vendidas por ano.

VIÁVEL NO LONGO PRAZO

Por trás da ação de marketing está o investimento de
cerca de R$ 500 mil no desenvolvimento da tecnologia,
uma das iniciativas da empresa para cumprir metas que
estabeleceu para 2030, como promover a reciclagem e
a logística reversa em toda sua cadeia de valor e ter
100% das roupas produzidas com insumos e processos
sustentáveis. Taise Beduschi, gerente de ESG (sigla em
inglês para iniciativas ambientais, sociais e de
governança) da Malwee, explica que, superados os
obstáculos técnicos para transformar roupas usadas em
um fio para constituir uma nova, falta ganhar escala,
organizar acoleta

e desenvolver outros produtos e em outras cores: -
Temos de ver que tecidos podem ser usados para fazer
os novos, quais podem ser produzidos, como será a
coleta (de roupas usadas), se vamos optar por trocar ou
vender os itens que vamos produzir. São muitas
adaptações, mas o importante é o primeiro passo.

Guilherme Weege, CEO da Malwee, acredita que a
nova produção será viável economicamente no longo
prazo:


  • Hoje, (o moletom) não é mais barato que uma peça
    nova, mas, daqui adezou15anos, acredito que novas
    tecnologias vão trazer o preço para baixo. Dá mais
    trabalho quando lançamos, tem a equipe, o maquinário,

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