Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1

Lourival Sant'Anna - Momento decisivo da guerra


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Internacional
domingo, 15 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Lourival Sant'Anna


A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou ajuda
militar e humanitária para a Ucrânia de US$ 40 bilhões,
que se somam a outros US$ 13,6 bilhões aprovados
este ano. O total se aproxima de todo o orçamento de
defesa da Rússia no ano passado: US$ 66 bilhões. O
Senado deve contornar a objeção de um republicano,
Rand Paul, e aprovar o pacote.


Os EUA se colocam um novo objetivo: impor uma
derrota decisiva a Vladimir Putin, para desencorajar
novas agressões. Os congressistas não têm conseguido
chegar a um acordo sobre recursos para atenuar o
sofrimento dos próprios americanos, como a
manutenção dos cheques de até US$ 300 por criança
para famílias pobres, que custaram US$ 80 bilhões ao
longo de seis meses, e os US$ 15,6 bilhões pedidos
pelo presidente, Joe Biden, para 'necessidades
urgentes' causadas pela pandemia.


RESISTÊNCIA. Nesse contexto, o consenso em tomo
da Ucrânia é ainda mais emblemático. A guerra vive um
momento decisivo. A resistência tem imposto derrotas


ao Exército msso no terreno. Os russos têm tido de
recuar de Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana,
bombardeada desde o primeiro dia da invasão, para a
fronteira. Ao sul, mesmo depois de arrasar Mariupol, os
russos não conseguem avançar em direção a Odessa.

Até aqui, o que os mssos conseguiram foi destruir
cidades com ataques aéreos, mísseis e artilharia
pesada. A infantaria russa não tem sido páreo para a
resistência ucraniana. A dinâmica indica que, se os
ucranianos receberem sistemas antiaéreos e antitanque
mais potentes, serão capazes de rechaçar os avanços
dos mssos e, em muitos casos, obrigá-los a recuar.

O próximo passo será recuperar os territórios ocupados
pelos mssos desde 2014 no leste da Ucrânia. De uma
população de 6 milhões antes da invasão, em 2014,1,
milhão de ucranianos fugiram da limpeza étnica
efetuada pelos mssos, que incluiu prisão, tortura e
desaparecimento de moradores.

Para retomar essas áreas, os ucranianos precisarão
intensificar os ataques cirúrgicos contra alvos militares
no território msso. O objetivo não é escalar a guerra,
mas deslocar os esforços mssos de Donbas para a
proteção das próprias bases. Para isso, além da
inteligência militar oferecida pela Otan, os ucranianos
precisam de mais e melhor artilharia.

Passei a semana em três países que sofrem com a
chantagem mssa: Azerbaijão, Usbe-quistão e Mongólia.
Uma derrota mssa na Ucrânia terá consequências
políticas, comparáveis à derrota soviética no
Afeganistão, em 1989. Poderá ser o início do fim do
regime de Putin e da própria Federação Russa. Quanto
à ameaça nuclear, apesar da retórica do Kremlin, até
aqui não há sinais de elevação da prontidão do arsenal.
O Ocidente começa a entender que não se deve deixar
chanta-gear, e apaziguar Putin só o tornou mais
sanguinário.?

Se a Ucrânia receber sistemas antiaéreos e antitanque
mais potentes poderá forçar 0 recuo russo
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