Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1

Impulsividade e adolescência


Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
domingo, 15 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Rosely Sayão


Impulsividade. Essa foi a palavra que mais ouvi de
mães e de pais no último mês. A maioria das queixas
fez referência a adolescentes, mas crianças - incluindo
as menores - também foram citadas. É justamente na
adolescência que as reações rápidas, impensadas e
movidas, em geral, por emoções intensas mais surgem.
Por quê? Porque é nesse período da vida que o verbo
começa a ser de fato compreendido nos três tempos:
passado, presente e futuro.


Sabemos que a noção do tempo do relógio não faz
sentido para as crianças, principalmente na primeira
infância. Se uma delas, por exemplo, pedir para comer
uma guloseima e os pais responderem que 'mais tarde',
o usual é ela interpelar os pais, repetidas vezes,
dizendo: 'Agora já é mais tarde?'. Nessa fase da vida, o
tempo é entendido pelas experiências que a criança
vive. Vale lembrar aqui aos pais de crianças com até 6
anos, mais ou menos: dizer que ela precisa se apressar
porque a família só tem dez minutos para sair a tempo
para os compromissos não ajudará a entender que ela
precisa ser mais rápida.


Com o crescimento, o tempo experiencial passa a ser
substituído pelo cronológico, mas este só fará mesmo
sentido na adolescência. Entretanto, como ainda é o
presente que se prioriza, as atitudes e as reações
impulsivas desabro chamem pencas. É possível ensinar
aos filhos que a impulsividade traz, quase sempre,
resultados negativos e/ou agressivos a eles e/ou aos
outros que estão com ele e, comisso, diminuir a sua
frequência? Com perseverança e paciência, sim. Mas
tais ensinamentos devem ser iniciados lá atrás, nos
primeiros anos de vida.

Identificar e nomear emoções que a criança
experimenta e dar alternativas mais adequadas às
situações vividas é um exemplo. Quando ela vivencia
sofrimento por frustração provocada por outra criança,
por exemplo, e se descontrola, ajuda bastante
primeiramente tirar a criança da situação que provocou
o descontrole e, em seguida, conversar com ela sobre
outras reações possíveis e melhores.

Já com o adolescente podemos ensinar o autocontrole,
a autorreflexão, e principalmente a possibilidade de
antecipar e prever resultados possíveis ao seu
comportamento. Essa é umadas mais importantes
diferenças entre o adulto e o adolescente: este age
primeiro para depois ver as consequências; o adulto
pensa antes de agir. Quer dizer, deveria pensar. As
atitudes impulsivas dos adultos têm sido normalizadas,
não é? Por isso, tem sido mais árdua a batalha dos
jovens para amadurecer: eles não têm tido bons
exemplos.

É PSICÓLOGA, CONSULTORA EDUCACIONAL E
AUTDRA DQ LIVI, !O EDUCAÇÃO

SEM BLA-BLA-BLA

A diferença entre adulto e adolescente é que este age
primeiro para depois ver as consequências

COLUNISTAS
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