Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-15)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Esporte
domingo, 15 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia

'Eles atuam em uma zona cinzenta, e já faz muito
tempo. Estão em Malta, Curaçao, Gibraltar. Operam lá
de fora com sites totalmente traduzidos para o
português. Eu já vi várias vezes apostador nos procurar
para dizer que tem um dinheiro depositado e não
consegue sacar. Não há o que fazer, a não ser acionar
a Justiça no país de origem do site. E um mercado
cinzento', explica Eduardo Diamante de Sousa,
advogado especializado em direito desportivo e apostas
do escritório Carlezzo advogados.


A estratégia de patrocinar os clubes e tornar as marcas
conhecidas é estar na frente no momento da
regulamentação. As empresas acreditam que isso vá se
concretizar, apesar da resistência de setores do
governo de Jair Bolsonaro (PL). Damares Alves, ex-
ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,
já disse no passado ser veementemente contra.


Há desconfiança com a falta de movimentação no tema,
o escasso tempo até dezembro e o fato de este ser um
ano de eleição presidencial. Mas congressistas
envolvidos no assunto estão otimistas sobre a
possibilidade de tudo ser resolvido.


O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) concorda
coma visão de que a falta de regulamentação crie um
ambiente propício para a propagação de casas de
aposta irregulares, além de desperdiçar uma potencial
fonte de impostos para o Estado.


Atualmente relator do projeto de lei que cria a nova Lei
Pelé, ele acrescenta que a regulamentação precisa
incluir mecanismos que garantam que o dinheiro
arrecadado seja, de alguma forma, reinvestido no
esporte brasileiro.


'[As loterias] têm que favorecer o esporte. Se não tiver
nada em relação a isso, eu vou trabalhar com a
comunidade esportiva para que isso esteja presente na
nossa nova legislação do esporte brasileiro', afirma.


Na semana passada, a revista Games Magazine Brasil
teve acesso à terceira minuta da regulamentação que
dará ao Ministério da Economia o poder de autorizar e


fiscalização das apostas esportivas no Brasil. De acor
do com a publicação, cada licença custaria R$ 22
milhões.

Consultado pela reportagem, o Ministério não se
pronunciou sobre o assunto.

O consenso entre os especialistas ouvidos pela Folha é
que o número de casas de apostas no Brasil deve cair e
se estabilizar. Atualmente, são entre 400 e 450. Se O
valor de cerca de R$ 20 milhões pela licença for
confirmado, o espaço poderá ser restrito a poucas
empresas, as maiores.

'É uma taxa que pode atrapalhar e inviabilizar a entrada
e surgimento de novos operadores no Brasil', acredita
Seckelmann.

A esperança dos clubes brasileiros é que o Ímpeto em
gastar com patrocínios não diminua. O Atlético Mineiro,
atual campeão brasileiro, recebe cerca de R$ 10
milhões por ano, por exemplo.

'O impacto econômico [da entrada das casas de
apostas] é gigantesco, uma vez que é um segmento que
mexe com toda a indústria de marketing e publicidade
do país, além de necessitar de mão de obra. Nos
últimos anos, o mercado foi muito ocupado por marcas
de sites de apostas, e a tendência é que esse espaço
permaneça comas empresas brasileiras', aposta Hans
Schleier, diretor de marketing do site Casa de Apostas.

"Eles atuam em uma zona cinzenta, e já faz muito
tempo. Estão em Malta, Curaçao, Gibraltar. Operam lá
de fora com sites totalmente traduzidos"

Eduardo Diamante

advogado especializado

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Ministério da Economia
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