Mundo dos Super-Heróis - Edição 112 (2019-07)

(Antfer) #1
sobre algum novo projeto e Steve falou de
mim para ele. Acabamos nos encontrando,
nos demos bem de cara e Garth viu umas
amostras da minha arte. Acabei fazendo
capas para alguns títulos ingleses em que ele
trabalhava, como Crisis e Revolver – fora uma
ou duas tiras dele que eu desenhei. Mais tarde,
quando ele foi trabalhar nos Estados Unidos
como roteirista de Hellblazer, não gostou
muito do capista da série e me recomendou.

O SEU PRIMEIRO TRABALHO PARA O
MERCADO NORTE-AMERICANO FOI COMO
CAPISTA DE HELLBLAZER, EM 1992, CERTO?
Correto. E foi um trabalho que me projetou
bastante. Posteriormente, acabei fazendo
capas para outras editoras, como a Marvel,
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MAS VOCÊ CONTINUOU ILUSTRANDO
HISTÓRIAS E COMEÇOU A PRODUZIR A
MINISSÉRIE DAREDEVIL/BULLSEYE: THE
TARGET, EM 2002, NÃO? Pois é, fui trabalhar

com Kevin Smith nela. E o que mais me
animou foi o fato da edição de estreia
ter sido a segunda HQ mais vendida no
mundo naquele ano! Pensei: “Ainda tem
mais seis edições pela frente! Vou ganhar
uma fortuna!” O problema é que na época,
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Demolidor em Los Angeles, e Kevin foi dar
um suporte ao amigo. Ele se envolveu tanto
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nada dos roteiros caírem nas minhas mãos.
Consequentemente, a HQ foi cancelada, e
quando Kevin voltou, o editor Joe Quesada lhe
deu uma dura, dizendo que ele nunca mais
trabalharia para a Marvel. Sem contar que
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MESMO ASSIM, VOCÊ ILUSTROU OUTRA
MINISSÉRIE PARA A MARVEL, THOR: VIKINGS,
EM 2003. Pois é, eu estava em um pub de
Londres e Garth Ennis apareceu para tomar
uns drinques. Eu estava entediado com essa

história dos roteiros do Kevin estarem sempre
atrasados, e ele me perguntou se eu não
queria aproveitar o ócio para trabalhar em
uma minissérie do Thor com ele. Foi um dos
projetos em que mais me diverti.

A ATIVIDADE QUE MAIS PROJETOU O
SEU NOME FOI A DE CAPISTA. VOCÊ TINHA
LIBERDADE PARA PROPOR AS IMAGENS DE
CAPA OU SEGUIA AS DIRETRIZES IMPOSTAS?
Depende. Em Preacher, por exemplo, como
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meio desorientado, até porque Steve [Dillon,
artista de Preacher] estava sempre muito
ocupado. Muitas vezes era Garth quem
aparecia para me contar mais ou menos o
que estava acontecendo em cada
história. Lembro-me de ter vindo
com ideias para as doze primeiras
capas, mas depois disso o que mais
fazíamos era trocar mensagens por
meio dos hoje antiquados faxes.
Steve também me enviava
os layouts de certos personagens
às vezes... A rotina variava muito.

HOUVE OCASIÕES EM QUE
ALGUMA ILUSTRAÇÃO SUA
INFLUENCIOU OS RUMOS DA
TRAMA? Não acontecia sempre,
mas algumas ideias que eu tinha
para capas de Preacher acabavam
se materializando nas histórias.
Teve uma capa em que o vampiro
Cassidy pula do Empire State
[Preacher 26], e quando fui olhar,
a cena estava na HQ.

“Talvez tenha sido a commission mais


estranha que já produzi: um Bob Marley


zumbi em cima de um cavalo, chutando


um dragão e com um baseado.”


Os pôsteres do seriado Preacher foram produzidos por Fabry a partir de seu trabalho original na HQ


ENTREVISTA


MUNDO DOS SUPER-HERÓIS | 17

GLENN FABRY

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