Mundo dos Super-Heróis - Edição 112 (2019-07)

(Antfer) #1

DOSSIÊ


36 | MUNDO DOS SUPER-HERÓIS

BATMAN: 80 ANOS


todas as idades, rendeu diversos
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e, o mais importante, fundou o
Universo Animado da DC.
Na esteira da animação do
Batman, vieram desenhos como
Superman: A Série Animada (1996),
Batman do Futuro (1999), Liga
da Justiça (2001) e várias outras
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maior a cada ano. Bruce Timm,
o roteirista da animação de
1992, tornou-se a principal força
criativa por trás dessa expansão,
enquanto outro envolvido, Eric
Radomski, migrou para a Marvel
e fez crescer o setor de animações
da Casa das Ideias, atuando como
produtor dos atuais desenhos dos
Vingadores, Guardiões da Galáxia
e Homem-Aranha.
As animações, contudo,
não foram a única herança do
Batman para os anos 1990, e
os quadrinhos também foram
afetados por ele. Mas para
entender, é preciso voltar um
pouco para a década anterior,
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um projeto em produção.

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Na década de 1980, a maioria
das HQs de super-heróis
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e juvenil que incomodava parte
dos leitores. Dentre as exceções
estavam as histórias adultas e
policiais que o quadrinhista Frank
Miller apresentava no gibi do
Demolidor, na Marvel. O sucesso
de Miller com o herói cego o levou
a ser contratado pela DC em 1985,
e isso permitiu ao autor impactar
o mercado com a HQ Batman:
O Cavaleiro das Trevas, em 1986.
Escrita e desenhada por
Miller, a HQ envolveu-se com
o polarizado cenário político da
época, e apresentou um Bruce
Wayne sexagenário, que volta a
atuar como Batman após uma

década afastado de sua identidade
heroica. Mais severo e intolerante,
o herói rompe completamente
suas relações com o Estado e
passa a agir com métodos de
guerrilha. Com isso, a HQ foca um
conceito muito popular na época:
a do homem que, descontente
com o Estado, faz justiça com as
próprias mãos. Foi um sucesso.
O trabalho ganhou o
reconhecimento de intelectuais e
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os quadrinhos ganharam o status
de literatura pela primeira vez.
Em 1987, Miller retornou ao
universo do Homem-Morcego
e reformulou a origem do herói
no arco de histórias Batman:
Ano Um, colocando-o mais
uma vez à margem da lei e
explorando conceitos como
a corrupção policial. No ano
seguinte, o universo do herói
voltou a chamar a atenção do
público com a graphic novel A
Piada Mortal, em que o roteirista
britânico Alan Moore reformulou
a origem do Coringa e explorou as
semelhanças psicológicas entre
ele e o Batman. O sucesso dessas
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sérios eram um caminho
comercial viável... até demais.
Em pouco tempo, quase todo
o mercado estava inundado
com quadrinhos que tentavam
replicar o ar sombrio dessas
obras, alguns com qualidade, mas
outros da forma mais rasteira e
simplista possível, marcando os
anos 1990 como a Era Sombria
dos super-heróis. Incapazes de
reproduzir as diversas camadas e a
profundidade das tramas de Miller
e Moore, a maioria dos títulos que
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se a mostrar heróis violentos,
agindo à margem do sistema e
envoltos em trevas. Até heróis tão
coloridos como Mulher-Maravilha
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e adotaram armas pesadas.

Batman evoluiu muito nos desenhos animados e trouxe todo o Universo DC com ele

Quando Batman quebrou o pescoço do Coringa em O Cavaleiro das Trevas e a insanidade
do vilão foi aprofundada em A Piada Mortal ficou claro que as HQs tinham mudado

GIBIS, ANIMAÇÕES E FILMES APOSTARAM


NO CLIMA SOMBRIO E RESGATARAM A


ESSÊNCIA DO CAVALEIRO DAS TREVAS

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