Mundo dos Super-Heróis - Edição 112 (2019-07)

(Antfer) #1
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS | 45

RELÓGIO DO JUÍZO FINAL 1
Panini // 44 páginas // R$ 9,90
Unir o realista universo da
aclamada HQ Watchmen (1986)
à atual e fantasiosa cronologia
de Superman e cia. é uma das
apostas mais atrevidas da DC,
e o que é colocado em prática
na minissérie O Relógio do Juízo
Final, que se inicia no Brasil.
Sabendo do campo minado em
que pisam, principalmente
devido aos olhares atentos
dos fãs que temem que a obra
de Moore seja maculada, os
autores estão desenvolvendo o
material de maneira cuidadosa
e sem pressa, o que tem dado
uhvxowdgrv1#D#qduudwlyd#gh#Jhrļ#
Johns resgata fatos criados por
Moore com exatidão e os conecta
de maneira consistente à trama
atual, enquanto a arte de Gary
Frank emula a diagramação de
Jleerqv#Â#shuihlÉÅr1#Orjr#Ľfd#
claro se tratar de um material
respeitoso com seu antecessor
e que oferece uma bela
oportunidade de revisitar aquele
cenário tão saudoso. O único
vacilo foi a decisão da Panini em
não usar a capa regular de cada
edição, e sim as variantes. Como
se deu com Watchmen, as capas
de O Relógio do Juízo Final são
parte da narrativa por serem o
quadro inicial de cada capítulo.
Uma experiência que não será
vista no Brasil devido a uma
decisão que, essa sim, foi pouco
respeitosa. (GV)


SHADE, A GAROTA
MUTÁVEL
Panini // 176 páginas // R$ 62
A roteirista Cecil Castellucci
encontrou nesse trabalho uma
maneira curiosa de abordar a
adolescência, e o faz por meio
da alienígena Loma. Nativa do
planeta Meta, ela é fã do poeta
Rac Shade (protagonista da
antiga série da Vertigo Shade,
o Homem Mutável) e rouba o
singular traje que ele costumava
usar. Com habilidades das mais
estranhas, a vestimenta leva
Loma à Terra e a faz possuir a
comatosa adolescente Megan.
Nesse arranjo, a alienígena

CRIANÇAS DO CREPÚSCULO
Panini // 148 páginas // R$ 31,90

Último trabalho que o artista Darwyn Cooke (1962-2016)
lançou em vida, a minissérie do selo Vertigo compilada neste
encadernado é uma obra espetacular por diversos motivos.
Um deles, e talvez o mais louvável, é o fato de se tratar de um
roteiro de Gilbert Hernandez que evoca claramente o clima
que ele fazia valer na trama de Crônicas de Palomar em sua
emblemática série Love and Rockets. E a arte de Darwyn, como
de hábito, contribui para o clima de encantamento, reforçado
pelas cores de Dave Stewart.
A história acontece em uma cidade latina praiana, que tem
sua rotina sacudida quando esferas brilhantes aparecem do
nada e provocam efeitos estranhos sobre parte da população.
Os eventos atraem cientistas, agentes do governo e vários tipos
de estudiosos para a localidade, mas nada é tão impactante
quanto o surgimento da misteriosa Ella. É incrível como o
roteiro trabalha cada personagem com o cuidado devido, sem
deixar que um roube o espaço do outro. É gibi para ser lido com
gosto e de uma vez. Sensacional. (Heitor Pitombo)

Ainda assim, histórias com tal
apelo juvenil são importantes
numa indústria em que o
público se renova cada vez
menos. (Dandara Palankof)

PRELÚDIO PARA
O ARANHAVERSO
Panini // 120 páginas // R$ 46
Esse álbum prepara o terreno
para Aranhaverso, a comentada
saga que englobou os títulos
do Homem-Aranha de 2014
a 2015. Nela, o roteirista Dan
Slott esbanja conhecimento
sobre a cronologia do herói
e produz uma trama em que
todas as versões do personagem
se unem para enfrentar
uma família de vampiros
energéticos. Neste prelúdio,
os vilões começam a invadir
várias realidades para matar
os representantes da linhagem
aracnídea. Quando o chamado
Homem-Aranha Superior (o
corpo de Peter com a mente
do Dr. Octopus) compreende o
que está acontecendo, ele viaja
pelas dimensões para recrutar
aliados. A HQ diverte por reunir
versões do herói de diversas
épocas e mídias, mas é só um
tira-gosto: a saga começa pra
valer no próximo volume.
(Eduardo Marchiori)

precisa lidar com um corpo e um
planeta totalmente diferentes
e com o fato de que todos a
odeiam – ou melhor, odeiam
Megan. Uma alien adulta
passando pela cruel socialização
adolescente é uma premissa
interessante, mas esse primeiro
arco recicla os clichês dos jogos
de poder no ambiente escolar
e as experiências com sexo
e drogas. Já a arte de Marley
Zarcone oferece traços leves
e expressivos, mas carece de
mais dinamismo para retratar
a psicodelia do chamado Traje
Loucura (o que é compensado
pelas cores de Kelly Fitzpatrick).
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