PENEIRAPOP
14 | MUNDO DOS SUPER-HERÓIS
MARCOU ÉPOCA OS GIBIS QUE BRILHARAM NAS BANCAS EM OUTROS TEMPOS.
Uma das grandes criações de Jack
Kirby para o Universo DC, Kamandi foi
apresentado aos leitores brasileiros
pela editora Ebal, em agosto de 1979.
A chegada de Kamandi 1 às bancas
apresentou também o apocalíptico mundo
do jovem herói: uma Terra arruinada e
repleta de criaturas mutantes. A edição
trouxe ainda parte do mapa da região.
X-Men 10 (Eb. Abril) saiu em agosto de
1989 e é um dos gibis mais reverenciados
pelos fãs dos mutantes. Com várias
camadas, esse drama psicológico explora
o luto de Tempestade pela perda de seus
poderes, bem como seu relacionamento
com o mutante Forge, repleto de abusos
e dependência. Uma obra-prima no traço
de Barry Windsor-Smith.
Em agosto de 1999, a rixa entre o Lanterna
Verde Hal Jordan e Sinestro não existia há
tempos, pois Jordan tornara-se um vilão e
Sinestro estava morto. É por isso que uma
viagem ao passado feita pelo Lanterna
da época, Kyle Rayner, abrilhantou o gibi
Super-Homem: O Homem de Aço 6
(Ed. Abril). Foi a chance de ver ele e o
ainda heroico Hal aliados contra Sinestro.
Um dos grandes sucessos da Marvel, a
minissérie O Velho Logan foi lançada no
Brasil sem grande alarde, como parte da
série mensal do mutante. A primeira parte
saiu em Wolverine 57 (Panini), em agosto
de 2009, e apresentou um apocalíptico
futuro do Universo Marvel, bem como
uma versão envelhecida do herói. A HQ
se tornou um clássico moderno.
Histórias do saci
Com tantos projetos de quadrinhos brasileiros que vêm sendo pensados
e pretendidos para o cinema, só faltava um documentário que revisitasse
o gênero e ganhasse as salas de exibição do país. É o que vai acontecer
com o longa-metragem A Turma do Pererê.doc, previsto para estrear em
todo o Brasil em 3 de outubro, e que se propõe a repassar a história dos
personagens criados por Ziraldo há mais de 60 anos. Com depoimentos
de Jaguar, Laerte, Álvaro de Moya, Franco de Rosa e Gonçalo Junior, entre
outros artistas e estudiosos, o filme dirigido por Ricardo Favilla, não se
limita a comentar o surgimento do gibi Pererê – a primeira HQ autoral
brasileira a sair em cores –, como também destaca a postura crítica da
produção de Ziraldo perante a realidade social e política e as questões
ligadas ao meio ambiente. Uma cena bastante curiosa do documentário
é a tomada em que Mauricio de Sousa desenha mais uma vez o Pererê,
personagem que ele desenhou em umas poucas tiras produzidas no
começo dos anos 1960, e que até hoje estão desaparecidas.
Força nacional
No que depender da exposição Super-Heróis do Brasil, montada no
Continental Shopping, em São Paulo, SP, muitos personagens criados por
quadrinhistas brasileiros ficarão conhecidos por todo o país. A mostra
reúne 20 autores nacionais, que têm seus super-heróis apresentados
ao público desde 6 de julho. Personagens como Homem-Chiclete,
Penitente, Escorpião Amarelo e tantos outros são retratados em totens,
com destaque para os membros da equipe Time da Luz, criação do
quadrinhista Daniel Vardi, que são apresentados em impressionantes
estátuas de dois metros. Idealizador e curador da exposição, Vardi tem
planos de ampliá-la com outros personagens, aproveitando que a mostra,
prevista para ser encerrada em agosto, foi prorrogada até setembro. E
Vardi pensa ainda mais alto, pois planeja torná-la itinerante, levando os
super-heróis brasileiros para todo o país. A exposição Super-Heróis do
Brasil conta com a presença dos criadores de
cada personagem aos finais de semana, além
de espaço para palestras, workshops e venda
de gibis. A entrada é gratuita.
Capas cedidas pelo Guia dos Quadrinhos (www.guiadosquadrinhos.com)
Vardi e seus heróis conquistaram o público
Ziraldo (ao lado) e Pererê,
reverenciado até hoje, na
arte de Maurício de Sousa