Mundo dos Super-Heróis - Edição 113 (2019-08)

(Antfer) #1
MUNDO DOS SUPER-HERÓIS | 43

Gibis de


vanguarda


COM O SELO BERGER BOOKS, A RENOMADA EDITORA KAREN BERGER REFORÇA


SEUS VALORES E APRESENTA HQS INOVADORAS A UM PÚBLICO MODERNO


POR GUSTAVO VÍCOLA

R


esponsável por sua
própria linha de
quadrinhos, a experiente
editora Karen Berger
leva uma certeza consigo: “Não
pretendo publicar as mesmas
coisas que eu estava publicando
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ao site Comic Book Resources é
contundente, pois ao longo
das décadas de 1990 e 2000,
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praticamente todos os clássicos
da Vertigo, a linha adulta da DC.
Em sua conta, estão Sandman,
Hellblazer, Preacher e tantas
outras séries que revolucionaram
o mercado com seu tom
provocativo e questionador.
Não que Berger renegue seu
trabalho anterior, pelo contrário,
reconhece que muitos dos
títulos que editou continuam
atuais. Mas com a Berger Books,
publicada pela editora Dark
Horse, ela busca HQs capazes de
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algo criativo me toca, vou atrás”.
O nome da linha vem de uma
expressão usada nos bastidores em seus
tempos como editora da Vertigo, quando
materiais que pareciam se alinhar com o
que Karen procurava eram chamados por
ela e pela equipe de “Berger books”, ou
seja, “séries da Berger”.
Em sua nova fase, Karen mantém
a sensibilidade e o olhar crítico que
a marcaram como uma das maiores


ESPECIAL


editoras do mercado, algo que vinha tendo
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na Vertigo, que deixou em 2013 devido ao
clima da DC na época.
A situação já vinha em ebulição desde
2010, quando mudanças radicais na forma
de remuneração prejudicaram autores da
linha, cujo pagamento pelos royalties de
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vendas irreal. A situação era problemática
para aqueles roteiristas e artistas que, em
geral, detinham os direitos dos materiais
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rendimento.
Além disso, as mudanças retiraram
muito do poder de decisão e de atuação
das mãos de Berger, então no cargo de
Editora Executiva da Vertigo, e o colocava à
disposição do polêmico editor Bob Harras
que assumira como chefão da DC em
setembro daquele ano. Vale lembrar que
Harras atuou como editor de redação da
Marvel entre 1995 e 2000, época em que
a editora apresentou um comportamento
bastante agressivo no mercado, lotando
as prateleiras com títulos questionáveis,
acompanhados de estratégias comerciais
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gerando uma falsa sensação de
prosperidade. Há de se mencionar ainda
que a qualidade das HQs era bastante
questionável. Não por acaso, a Marvel pediu
falência em 1996.
“A Vertigo não foi criada para existir
em um clima como o que tomou a DC
após 2010. A empresa estava interessada
apenas no que podia possuir e controlar”,
desabafou Berger em sua recente

entrevista ao Comic Book Resources, e
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Segundo ela, a DC estava embalada
pelo comportamento corporativo de
sua proprietária, a Warner, e passou a
buscar apenas materiais que pudessem
ser convertidos em licenciamento ou
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totalmente oposta da que Karen acreditava
e do que ela vinha aplicando desde

A coletânea de horror Hungry Ghosts marcou a
estreia da linha de HQs da editora Karen Berger
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