VOX - #12

(VOX) #1

çar. “Acredito que a dança é para
todos, basta querer. Existe uma
frase que marcou minha vida
na dança, e sempre costumo
citá-la: ‘a dança do ventre não
tem idade, forma física ou classe
social, a dança é para todos’”.


LIBERDADE E ENCONTRO
É assim que elas veem a dança
do ventre. Dabliana Jéssica das
Neves e Mariana Audi encontra-
ram nesta arte uma verdadeira
paixão. Mesmo com histórias de
vidas diferentes, a dança do ven-
tre fez com que elas se descobris-
sem ainda mais femininas.
Dabliana, 29 anos, de Tupã,
dança há nove anos. Já Mariana,
34 anos, de Lucélia, conheceu a
dança do ventre aos 13 anos de
idade e mesmo depois de alguns
anos sem praticar, não desistiu da
dança até que finalmente retor-
nou ao palco. “Pratico desde os
meus 13 anos. Nessa época ainda
tinham professoras na cidade.
Depois fiquei uns 15 anos sem
praticar por falta de profissionais
na área, até que conheci a Gigi há


cinco anos e pude voltar a dan-
çar”, conta.
E não foi só o movimento das
coreografias que chamou a aten-
ção da estudante de direito Da-
bliana. “Escolhi a dança do ventre
inicialmente por ser apaixonada
pela cultura. As roupas sempre
me chamaram atenção. Passa-
dos uns meses em aula, percebi
quão benéfica é, não só para
autoestima, não só ao corpo, mas
principalmente para a mente”.
Para Mariana, fisioterapeuta,
a dança é também um resgate

das tradições de sua família. “Me
encanta em sua totalidade. É uma
arte que valoriza a mulher. Não
impõe padrões de beleza como
ser magra, jovem ou super atleta,
alta ou baixa. Todas têm sua vez.
É encantador e libertador desco-
brir o que o corpo é capaz através
da dança do ventre. Toda graça,
feminilidade e independência em
um único momento. Minha mãe
sempre me falou de como nossos
antepassados libaneses eram
alegres, acolhedores, cantavam e
dançavam. A dança me proporcio-
na exatamente isso, esse resgate
de cultura, bem-estar e alegria”.
A liberdade de expressão tam-
bém é percebida na dança, “É o
encontro da feminilidade, da saú-
de física e emocional. Nela encon-
tramos a nossa identidade, respei-
tando e valorizando as diferenças,
ou seja, aprendemos algo impor-
tante que a dança proporciona: o
amor próprio, o bem-estar con-
sigo mesma e a não depender da
aprovação alheia para ser feliz. É
uma forma da libertação do eu”,
conclui Dabliana.

“É uma arte que valoriza


a mulher. Não impõe


padrões de beleza


como ser magra, nova


ou super atleta, alta ou


baixa. Todas têm


sua vez”.
Mariana Audi

ABRIL 2019 | REVISTAVOX.COM 129

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