ABRIL 2019 | REVISTAVOX.COM 65
primeiro momento que se sente fragilizada, a pessoa
vai comer absurdamente, compulsivamente”. Lilian
explica que se deve trabalhar em outro sentido. “Ela
come, sim, mas vai se descobrindo”.
De acordo com a coach, para isso são utilizadas
técnicas de programação neurolinguística, de neuro-
ciência e neuroplasticidade. “Porque já se sabe que no
caso de pacientes de emagrecimento, em 90%, 95%
das vezes eles comem por emoção, têm compulsão
alimentar. E o coaching ativa o sistema racional deles,
para deixar mais fácil. Assim, deixam de comer o que
engorda, não porque alguém disse, mas porque esco-
lhem não comer”, esclarece.
Ainda conforme Lillian o processo é realizado
durante 12 sessões e ensina o uso de ferramentas para
descobrir os motivos pelos quais se come em excesso,
quais são os sabotadores (são 23 ao todo) de cada pes-
soa, assim como para desenvolver um diálogo interno
antes e depois de qualquer refeição. “Você descobre
que sempre tem uma razão”, considera.
DICAS DA PROFISSIONAL
- Sempre tenha uma balança em casa: ela será sua
aliada, pois você saberá onde está e onde quer chegar, mas
nada de exageros (duas vezes por semana está ok); - Tenha um bom planejamento: saiba o que você vai fazer
para chegar ao seu objetivo. Plano alimentar, exercícios,
tempo de dedicação; - Saiba onde errou e
conserte: ao entender seus
pontos fracos, você terá au-
tocontrole, autorresponsa-
bilidade, com medidas para
arrumar o tropeço.
REDESCOBERTA
A professora Carla
Renata Albino, 36 anos,
coachee da Lillian há
cerca de um ano e meio,
passou pelo processo de
redescoberta e retomada
de rota. “Costumo dizer
que o coaching optou
por mim, porque nunca
tinha ouvido falar. Desde
os 12 anos luto contra a
obesidade, fui a vários
médicos, psicólogos, nutricionistas, endocrinologistas,
fiz academia, mas dois, três meses depois eu desistia
de tudo. Tomei remédio controlado. Emagrecia rapi-
damente, mas recuperava tudo de novo e, às vezes, até
mais”, recorda.
Carla conta que comia escondido e deixava as coisas
no guarda-roupa para poder comer de madrugada.
Quando saía, procurava frequentar lugares onde havia
rodízio, para comer excessivamente. “Eu costumava
dizer: ‘eu vou morrer, mas vou morrer comendo’. Agora
tenho horror a isso, não falo mais, não faz mais parte da
minha vida”, comemora.
Ela lembra que em 2007 fez uma nova tentativa de
emagrecer. Realizou exames para uma cirurgia bariá-
trica e, com tudo ok para ir para a mesa de cirurgia, ela
acabou por desistir, ficou com medo e continuou a en-
gordar. Só depois de vários anos e episódios de cansaço,
falta de fôlego e inchaços é que decidiu se pesar nova-
mente e constatou algo chocante: estava com 124,5 kg.
No início das atividades com a coach Lillian, as
sessões eram semanais, depois passaram a cada 15 dias
e, hoje, por receio de recaídas faz visitas mensais. Em
um ano e cinco meses, com apoio, eliminou 31 quilos
e nos planos, quer mais amor-próprio e dizer adeus a
outros 25 quilos. “Hoje sou feliz, me sinto plena, linda,
me sinto outra pessoa. Para quem vivia de cabeça baixa,
só ando de cabeça erguida, mas é uma luta constante e
não vou parar”, celebra.