Casamentos deixaram de ser cerimônias tradicionais, onde o convida-
do sabe exatamente o que vem a seguir. Eles estão se transformando em
verdadeiros espetáculos onde os noivos buscam surpreender a todos,
fugindo do tradicional.
POR NATÁLIA BACHI === === FOTOGRAFIA JOÃO MUSSATO E JORGE MUNHOZ
oi-se o tempo em
que uma cerimônia
de casamento era
apenas uma ‘ceri-
mônia’. Casar se
tornou uma opor-
tunidade para deixar claro o estilo
do casal e o desejo de fazer com
que aquele dia torne-se especial
para todos os convidados. Noivos
planejem eventos cada vez mais
sofisticados e únicos.
De acordo com a empresária Sil-
via Maion, que há 17 anos trabalha
na organização de eventos, embora
a maior parte do casamento ainda
siga as tendências tradicionais,
com cerimônia na igreja, lembran-
cinhas e vestido branco, a maioria
quer inserir no contexto algo inu-
sitado, jamais visto em nenhuma
outra festa.
“As pessoas ainda são tradicio-
nais, preocupadas com a família,
mas aos poucos têm começado
a ousar. Hoje em dia elas querem
algo diferenciado, que ainda não foi
visto em outras festas. Vão buscar
novidades na internet, revistas e
trazem os pedidos. As cores es-
curas nas mesas, e muito colorido
nos buquês e sapato das noivas são
novidades que não eram usadas há
poucos anos”, diz.
Segundo ela, a atual tendência
tem sido personalizar objetos para
serem entregues no lugar das
lembrancinhas, mas as músicas e
os veículos usados para a chegada
dos noivos também têm ganhado
destaque.
“Antes as pessoas buscavam o
melhor carro que havia na família
para chegar no casamento. Agora,
os noivos têm buscado carros dife-
rentes, aqueles bem antigos, para
dar um outro clima ao momento.
Tenho noivos que já chegaram até
de helicóptero na festa”, destaca.
Sobre as músicas, ela afirma
que as mais pedidas têm sido os
temas de novela. “Nada de música
romântica ou orquestrada para
entrar no salão. As pessoas que-
rem animação e por isso buscam
aquelas que estão no auge”, conta
a empresária que afirma ainda que
festa boa é aquela em que o convi-
dado fica a vontade.
Para o fotógrafo Jorge Munhoz,
as cerimônias têm se tornado
verdadeiros espetáculos. “Embora
ainda façamos as fotos tradicionais,
as pessoas esperam imagens mais
trabalhadas, que transmitam o cli-
ma do evento”.
Segundo ele, o conceito de fotos
mudou e para melhor. “Hoje temos
mais profissionais no mercado e
esses dispõe de recursos e estilos
diferentes de fotografar. Quando
comecei, um casamento durava em
média quatro horas, e hoje dura oito.
Uma reportagem de casamento
atualmente envolve entrevista com
os noivos, ensaio, o dia, escolha
das imagens, diagramação das
páginas, escolha de capa do álbum,
aprovação pelos noivos e só então a
entrega do trabalho”, detalha.
“Tenho boas histórias nesses
anos todos fotografando casamen-
tos. Já vi noiva e noivo se emocio-
narem, também já me emocionei
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