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pessoas que eu, na verdade, não quero vestir», diz ele. «Ainda
assim, não podia dizer que não a esses pedidos, uma vez que
arriscava perder os clientes de topo; tinha de enviar peças
que não fossem tão boas para que a probabilidade de eles
as usarem fosse menor, mas é sempre arriscado.»
Ainda que exista apenas uma única fonte que empresta
um look que vem de uma coleção apresentada em passerelle, o
stress e o custo de envio para sítios como Londres, Los Angeles,
Paris e até mesmo Índia compensa. «Se a celebridade certa
usar um determinado estilo, isso vai influenciar verdadeira-
menteas vendas», diz ele. «Atualmente, os stylists têm um
grandepoder porque, quando uma celebridade veste algo
mapassadeira vermelha, isso pode fazer com que acabe
r se tornar o rosto da marca, o que poderá transformar-se
m grande negócio.»
Roach é rápido a depreciar o seu poder de celebridade
muma gargalhada quando questionado sobre a sua
siçãode estrela em ascensão. O seu único papel, assegura-
os,é fazer com que os seus clientes brilhem. Isso requer
rcerias, acrescenta. «A autenticidade é o que nos atrai
aisnuma pessoa, por isso tento sempre perceber quem
fundamentalmente, o cliente.» De facto, Céline Dion
- a atual rainha das Semanas da Moda – sentiu o poder da
abordagem autêntica de Roach. Depois de ter perdido o
seu marido, René, para o cancro em 2016, a diva afastou-se
dos holofotes para fazer o luto e ganhar forças, mas estava
pronta para regressar às luzes da ribalta no final desse ano,
e pediu especificamente a ajuda de Roach porque tinha
notado a forma ousada como ele abordava a moda, através
do trabalho que desenvolveu com Zendaya.
«Todos nós crescemos com a música da Céline, e amamo-
-la», diz Roach. Depois de a conhecer, passou seis horas com
ela a experimentar dezenas de peças que tinha levado. «Ela
dançou e fez piadas, e corria pelo quarto quando ficava entu-
siasmada.» Vestiu a sua nova cliente com peças da Off-White,
durante a Semana da Moda de Alta-Costura de Paris. A seguir,
vestiu-lhe uma camisola de capuz da marca de streetwear
Vetements, que tinha estampada a imagem do clássico filme
dos anos 90, Titanic. «Alguns looks depois, ela era a mulher
mais cool da streetwear – aos 49 anos de idade», diz Roach.
Mesmo tendo em conta as claras evidências virais, Roach
tenta humildemente voltar a focar-se nos seus clientes,
explicando que só está a dar ao seu estilo natural a possibi-
lidade de vir ao de cima, em vez de construir uma visão sua,
como fazia Zoe nos primeiros tempos. «Eu estou ao serviço
da indústria», diz. «Os meus serviços, e opiniões, não são
diferentes dos do jardineiro, da babysitter ou do chef.
Podem parecer mais glamorosos, mas continuam a ser um
serviço.» Roach não consegue, apesar de tudo, deixar de
esclarecer algo: «Eu não aceito ordens. Nem dos publicists
nem dos managers – nem de ninguém.»Q K. S.
designersnegrosqua p merican
MusicAwards,em2018.
Corbin-Murray,queé umaapaixonadapormodasus-
tentável,concordaquea responsabilidadeestáa mudar.
Quandoa suaclienteGemmaChanestavaa preparar-separa
a suaprimeiragrandetemporadadecerimóniasdeprémios,
tevedoisobjetivos:cimentara posiçãodabrilhanteatriz
britânicadeascendênciachinesa,«queestavaprontaparater
ummomentodeestiloousado»,e ajudara transmitira sua
mensagemparaas massas.«AGemmaé altamentearticulada
sobreo seuativismoe as suasescolhasdeguarda-roupa.»
«Étudoumjogopolítico»,dizumafonte,deumagran-
demaisondemoda,responsávelporvestircelebridades.
«Osstylistsdetoponãorepresentamapenasumapessoa–
representamvárias.»E continuaa explicarquetrabalhacom
regularidadecomgrandesnomescomoElizabethStewart,
queé a responsávelporvestirestrelascomoJuliaRoberts
e CateBlanchett.«Maselatambémtrabalhacomalgumas
ESTILO
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«OS MEUS SERVIÇOS, E OPINIÕES, NÃO
SÃO DIFERENTES DOS DO JARDINEIRO,
DA BABYSITTER OU DO CHEF (...)
CONTINUAM A SER UM SERVIÇO.»
LAW ROACH
LAW ROACH
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