Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1
Bolsonaro demite presidente da Petrobras e nomeia Caio Paes de
Andrade

Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Economia
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

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Autor: FERNANDA TRISOTTO, JUSSARA SOARES,
ELIANE OLIVEIRA, GERALDA DOCA E BRUNO ROSA


Uma semana depois de o presidente Jair Bolsonaro
afirmar que seria necessário trocar as 'peças no
tabuleiro' da Petrobras, ele demitiu ontem José Mauro
Coelho do cargo de presidente da estatal. O executivo
estava há 40 dias no cargo e era considerado o braço
direito de Bento Albuquerque, que perdeu o posto de
ministro de Minas e Energia (MME) neste mês.


Para o lugar de Coelho foi nomeado Caio Paes de
Andrade, nome de confiança do ministro da Economia,
Paulo Guedes.


INFLUÊNCIA DE GUEDES


Desde que Bolsonaro decidiu indicar Adolfo Sachsida
para a pasta de Minas e Energia, a influência de
Guedes na Petrobras, no setor de energia e no debate
sobre reajuste de combustíveis ganhou força. E chegou
ao ápice desde o início do governo.


No Planalto, a nomeação de Caio foi atribuída a Guedes


e Sachsida. O ministro da Economia já vinha
defendendo o nome dele para comandar a estatal desde
a saída de Silva e Luna. Inexperiente no setor de
petróleo, o nome de Paes de Andrade ganhou impulso
em razão do trabalho feito na implementação da
plataforma gov.br, considerada uma revolução digital.

Ele não tem experiência no setor, conforme exige a Lei
das Estatais, mas a estratégia seria indicar alguém com
vasto conhecimento da política econômica, afinado com
Sachsida e Guedes.

De acordo com esses interlocutores, o governo poderia
fazer uma espécie de adaptação para indicar Andrade,
conforme foi feito com Silva e Luna, que não tinha
atuado no setor de petróleo e possuía curta experiência
no setor de energia. Ele ficou pouco menos de um ano
no cargo, entre abril de 2021 e março de 2022.
TROCANA DIRETORIA ADIANTE Com a mudança, a
Petrobras terá o quarto presidente no governo
Bolsonaro. Todos os antecessores foram demitidos em
razão de divergências com o governo sobre reajustes
de combustíveis.

A expectativa é que o governo promova novas
mudanças na diretoria da estatal após a trocado
presidente.

Hoje pela manhã, Bolsonaro terá reunião com Sacshida,
além do chanceler Carlos França e do ministro Célio
Faria, da Secretaria de Governo.

Pressionado pela baixa popularidade que ameça sua
reeleição, Bolsonaro determinou à ala política do
governo fazer o que fosse preciso para controlar a
inflação puxada pela alta dos combustíveis.

Desde que assumiu o cargo, Sachsida deixou claro que
toma decisões em alinhamento com Bolsonaro.

O presidente também deu declarações em que
praticamente deu carta branca para Sachsida escolher
alguém de sua preferência para o comando da estatal.
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