Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1

Guedes quer prazo de cem dias para reajuste de preços


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Economia
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: MALU GASPAR E BRUNO ROSA


O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que a
Petrobras adote uma regra que aumente o intervalo
entre os reajustes de combustíveis para amortecer a
volatilidade dos preços do petróleo no mercado
internacional. Se vingar a ideia de Guedes, o intervalo
pode aumentar para cem dias ou mais.


De acordo com interlocutores do ministro, essa vem
sendo a sua postura nas conversas com o novo ministro
de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que assumiu o
cargo há uma semana no lugar do almirante Bento
Albuquerque.


Para Guedes, que é hoje quem mais tem influência no
assunto, os últimos reajustes foram excessivamente
atrelados à variação de preços causada pela guerra da
Ucrânia. O ministro avalia que, em tempos de guerra, os
reajustes deveriam demorar mais para ocorrer. Mais de
uma vez ele já disse em reuniões no governo -incluindo
as que ocorreram às vésperas da demissão de Joaquim
Silva e Luna do comandado Petrobras-que, ao invés de
o governo dar subsídios para reduzir o preço dos


combustíveis, a empresa é que deveria reduzir seu
lucro.

Hoje, a companhia tem obrigação legal de praticar
preços competitivos em relação aos do mercado
internacional. O estatuto da Petrobras estabelece que,
se o governo decidir usar o preço dos combustíveis para
'fazer política social' - ou seja, subsidiar a gasolina -,
terá de reembolsar a estatal.

PROBLEMA POLÍTICO

A política da empresa para reajustes, porém, é definida
pela direção da Petrobras. A empresa tem prazo de
doze meses para igualar o valor que pratica aos do
mercado, mas não diz com qual frequência os reajustes
devem ser feitos.

Dessa forma, a Petrobras vai calibrando os aumentos
ou reduções de acordo com suas análises de mercado e
projeções de alta ou de queda, para atingira média dos
doze meses aos poucos e não de uma vez só. Os
últimos dois reajustes,

em maio (do diesel) e em março (geral), aconteceram
com intervalos de 60 e de 57 dias, mas já houve período
de 89 dias entre um reajuste e outro. Na Economia, já
houve estudos no passado para o estabelecimento de
'média móvel' de preços a ser revista a cada cem dias.
Dependendo do tempo que a companhia esperar para
reajustar preços, isso pode resolver um problema
político para Bolsonaro, empurrando o próximo aumento
para depois da eleição. Mas é provável que não diminua
o impacto ao consumidor, já que as projeções no
segundo semestre são de aumentos contínuos.
Dependendo da política adotada, se a alta do petróleo
no mercado internacional tiver sido grande o repasse
terá de acontecer de uma só vez. O governo estuda
também trocar diversas diretorias da companhia, não
apenas a de preços. No início da semana passada,
Bolsonaro disse que seria obrigado a 'trocar peças no
tabuleiro' da Petrobras, mas até agora nada foi
anunciado.
Free download pdf