Cyrela cria gestora para investir além da incorporação residencial
Banco Central do Brasil
Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Coluna do
Broadcast
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos
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Autor: Circe Bonatelli, Altamir Silva Junior e Cynthia
Decoedt
Cyrela Brazil Realty, do bilionário Elie Horn, criou uma
gestora própria, a Cy Capital, para fazer investimentos
no mercado imobiliário que vão além do setor de
incorporação residencial e sejam intensivos em capital.
A ideia é aproveitar oportunidades que passam pelos
olhos da direção da Cyrela, mas que ficam de fora dos
aportes porque não fazem parte de seu escopo
principal, que é construir imóveis residenciais para a
venda. A Cyrela é a sócia majoritária da gestora, que
conta com outros três minoritários: Bruno Ackermann
(ex-Cyrela, Syn, Barzel e Brookfield), Danny Gampel
(ex-Itaú, Barigui e TRX), Gustavo Rassi (ex-Cyrela e
com experiência em private equity). A ideia é atrair
outros sócios no futuro, à medida em que os fundos
sejam estruturados.
Cy Capital reúne quase R$ 500 milhões
A Cy Capital já tem dois fundos em andamento e quase
R$ 500 milhões sob gestão. O primeiro será dedicado
ao desenvolvimento de galpões logísticos. O fundo
busca captar R$ 270 milhões e fazer emissão de dívida
de R$ 230 milhões. A oferta é restrita a investidores
profissionais, na maioria família e amigos da casa.
Galpões logísticos serão prioridade
O dinheiro será usado na compra de terrenos e
construção de galpões em um raio de até 30
quilômetros da capital paulista. A tese leva em
consideração que o ecommerce vai entrar em fase de
acomodação, após anos de crescimento acelerado. Os
primeiros projetos serão em Guarulhos, Embu e na
cidade de São Paulo.
CRÉDITO E EQUITY. O segundo fundo da Cy Capital
será dividido entre a aplicação em crédito (80%) e
participação em empresas ou projetos (20%). Já foram
captados R$ 60 milhões para aquisição de um
certificado de recebíveis imobiliários (CRIs) e outros R$
200 milhões estão em fase de captação. No caso das
participações, há preferência pelo setor imobiliário - que
está no DNA dos sócios -, mas há também disposição
em analisar aportes que não envolvam o universo da
construção.
DO RAMO. Não será a primeira tacada da Cyrela fora
da incorporação residencial. A companhia já deu à luz
Syn, especializada em prédios corporativos e
shoppings. Em 2007, ela passou pelo spin-off (cisão) e
se tornou independente, com capital aberto na Bolsa.
CAFEZINHO. Em uma tentativa de atrair investidores
estrangeiros, Catar, Índia, Indonésia e Arábia Saudita
instalarão espaços para mostrar suas qualidades e fazer
reuniões bilaterais na rua principal de Davos, a
Promenade. Governos ou organizações alugam casas
próximas ao local do Fórum Econômico Mundial e as
deixam com o jeito de seu país.
O SEM APELO. O Brasil, que já colocou anúncios
espalhados pela rua em eventos passados, ficou de fora
do burburinho. Outros países da América Latina, que
viveram dias mais fáceis na época do superciclo de