Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e
Informações
terça-feira, 24 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

carentes de racionais explicações, até porque não as
há, engendrou-se uma campanha contrária ao sistema.
O seu desarrazoado conteúdo se opõe a uma realidade
que só aponta para a correção do sistema, e procura a
volta do sistema anterior - este, sim, propiciador de
fraudes e de adulteração da vontade do povo.


Eleições, portanto, constituem um dos pilares da
manutenção das liberdades coletiva e individual.
Permite que cada qual escolha aqueles que irão
representar o todo social. Os obstáculos colocados à
fluição normal do sistema eleitoral têm claros objetivos
de conturbara ordem jurídica institucional. Não sendo
satisfeitas pelas urnas as aspirações pessoais, vai-se
procurar invalidar o processo.


No entanto, é preciso ter presente que são variadas as
fontes de desestabilização e de risco à liberdade.
Surgem aos poucos, em pedaços, pontuais, de maneira
imperceptível. E nós, por não percebermos ou por nos
omitirmos, acabamos sendo coniventes com este
processo dinâmico e destrutivo. Deixamos que ele
avance e vá solapando as bases em que se fundam e
se exteriorizam as liberdades individual e coletiva.


Os atentados à liberdade de imprensa; à liberdade de
cátedra nas universidades e nas escolas pública; às
expressões culturais e artísticas; e às pesquisas
científicas são exemplos deste processo corrosivo e
predatório. Por vezes, o cerceamento à liberdade se dá
pela ausência de estímulo e de recursos para o
exercício de atividades que dependem de apoio
material. É o caso exatamente da cultura e da ciência.
Esses setores ficam à míngua, sem condições para seu
livre desenvolvimento. A falta de liberdade para
progredir leva à estagnação.


Cabe, neste contexto, uma referência à denúncia do
poeta Eduardo Alves da Costa, em No caminho, com
Maiakovski, que dizia que um dia entram no nosso
jardim e arrancam uma flor. No dia seguinte, destroem
todas as flores e, em seguida, invadem a nossa casa. E
nós nada fazemos.


Para não assistirmos à ruína da nossa democracia e à


destruição das nossas instituições, precisamos nos
fazer ouvir e transformar a nossa voz em instrumento de
oposição e de resistência aos atentados já em marcha.
Dessa forma estaremos preservando o nosso jardim das
liberdades e clamando com fervor a nossa devoção a
este valor supremo e sublime que é ser livre.

"Contra a ruína da nossa democracia e a destruição das
nossas instituições, precisamos resistir aos atentados já
em marcha"

ADVOGADO

COLUNISTAS

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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