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Mauro Zafalon - VAIVÉM DAS COMMODITIES


Banco Central do Brasil

Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
terça-feira, 24 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Mauro Zafalon mauro. zafalon&QuoLlcom. br


Brasil descuidou da política nacional de fertilizantes, diz
associação do setor


O Brasil desativou algumas minas de produção de
fertilizantes em anos recentes por que importar era mais
barato do que produzir.


As escolhas que foram feitas em um passado recente
têm sérias consequências para o setor agora, diz
Ricardo Tortorella, diretor-executivo da Anda
(Associação Nacional para a Difusão de Adubos).


O produtor rural deseja fertilizante na fazenda na hora
certa, produto com qualidade e preço justo. Para ele,
não interessa se o produto vem do Nordeste, de
Marrocos ou da Argentina. A origem, no entanto, deve
ser uma preocupação da política pública.


'Demos uma bobeada sem precedentes, dependendo
muito de insumo fundamental para um país que quer ser
líder no celeiro mundial de alimentos', afirma Tortorella.


Com o PNF (Plano Nacional de Fertilizantes), o país
tem a chance de repensar o setor e reduzir essa
dependência forte, acelerada agora por questões
geopolíticas, afirma o executivo da Anda.

Na avaliação de José Carlos Polidoro, da
EmbrapaSolos, o Brasil chegou a uma tempestade
perfeita, mas não pode abdicar dos fertilizantes.

Sem adubação e correção do solo por longos períodos,
as consequências podem ser muito mais graves do que
o remédio de agora.

Os solos brasileiros, à exceção de algumas regiões do
Sul, são pobres e necessitam de fertilizantes. 'Os
produtores devem cortar custos, mas não a adubação
da terra', diz Polidoro. Na avaliação dele, dificilmente vai
faltar fertilizantes, mas a que preço?

Importar fertilizantes não é problema. Todos os grandes
produtores mundiais de grãos importam. O problema do
Brasil é a quantidade e a importação da tecnologia. O
solo brasileiro é diferente do dos países produtores de
adubo, segundo o pesquisador da Embrapa.

O que fazer agora, pergunta ele? Conhecer o solo,
adotar boas práticas e manejo de produção. Boa prática
não é por falta de conhecimento, mas de uso. Além
disso, adotar tecnologias com comprovação científica. O
pior é que temos e não usamos, diz.

Os patamares recordes de produção de grãos no Brasil
ocorrem devido à adubação da terra. Área e demanda,
porém, vêm aumentando muito nos últimos anos.
Atualmente a dependência externa de nitrogenados é
de 80%; a de fosfatados, 55%; e a de potássio, 95%,
afirma Tortorella.

Em 2021, a indústria entregou 45, 9 milhões de
toneladas de fertilizantes. Desse volume, 39, 2 milhões
foram importados.

As importações de cloreto de potássio atingiram 12, 5
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